quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Rebeldes aterrorizam civis na Líbia



Os livros didáticos estão espalhados pelo chão do laboratório de informática e matemática. Apostilas de ciência, lições de casa, tudo está jogado ao chão e foi pisoteado . Um armário que guardava livros foi destruido. Nas telas de computadores ena porta de entrada tem furos de balas.

A escola secundarista Tareq Abu Zeyad está em ruínas. Moradores deste vilarejo, isolado, empoeirado em montanhas do oeste da Líbia, dizem que as forças rebeldes (CNT) realizaram o ataque da semana passada.

O assalto à escola, que faz parte de uma série de ataques registrados em toda a região, é um exemplo do que pode dar errado, como os líbios apoiados pela Otan estão agindo namaioria das cidades, vilas e aldeias da Líbia, especialmente naquelas onde a imprensa não registra seus crimes contra a população civil.

"Eu não sei por que eles iriam se vingar de uma sala de aula, numa escola, que deve ser para o bem público", disse Mohammed Saleh, vice-diretor da escola deensino médio, localizada a cerca de 110 milhas (180 km) a sudoeste de Tripoli. Ele se caminhou pela sala do laboratório de informática, sacudindo a cabeça.

Saleh é um membro da tribo al-Meshashya, que comprometeu a sua lealdade ao regime do governo da Jamahiriya Líbia (poder popular), e no início dos ataques da Otan protegeu soldados leais ao líder Muamar Kadafi quando eles se deslocavam pela região.

Os al-Meshashyas, que povoam esta e outras aldeias na área, dizem que os ataques são particularmente mal direcionados, sem controle ou direção. Durante os ataques das forças rebeldes dezenas de casas foram saqueadas. Moradores tiveram seus veículos, aparelhos eletroeletrônicos e até roupas furtadas pelos rebeldes.
Em outras partes da Líbia, outras tribos leais a Kadafi estão tendo os mesmos problemas, estão sendo atacadas e saqueadas. Muitos membros da tribo Twarga, em Misrata fugiram durante os bombardeios terroristasda Otan, e agora não conseguem voltar para suas casas, pois são impedidos pelos rebeldes.Dezenas dessas famílias estão morando em escolas bombardeadasem Trípoli.

O porta-voz do ministério de transição e defesa (CNT), coronel Ahmed Banim, rejeitou todas estas acusações e afirmou que não passam de uma tentativa de manchar a imagem dos lutadores da cidade de Zintan. "Há uma campanha para fazer os revolucionários Zintan e Misrata parecerem ruins, mas eles fizeram o máximo na luta para livrar a Líbia de Kadafi, e eu não gosto dessas acusações", disse Bani. As palavras do coronel Bani são desmentidas diariamente por depoimentos e relatos de moradores de ambas as cidades. Na verdade o coronel Bani quer proteger seus soldados, na maioria ladrões, traidores ou mercenários, porque sem o apoio desse tipo de gente e da Otan os rebeldes não passariam de pequenos grupos de malfeitores.

Bani disse que líderes tribais devem tomar iniciativas para resolver qualquer problema, e alertou que aqueles que estão reclamando estão “tentando criar animosidades entre os rebeldes”.

"Aqueles que estão tentando acender divisões tribais na Líbia serão tratados como inimigos do 17 de fevereiro (data do início dos ataques da Otan à Líbia)", disse a jornalistas nesta quarta-feira.

Ibrahim Abu Shala, um líder al-Meshashyas, disse que Kadafi visito anciãos das aldeias em março, para organizar a resistência aos rebeldes e às potências estrangeiras que estãoatacando a Líbia. Ele disse que Kadafi foi bem sucedido nas conversações e conseguiu de líderes tribais a promessa de lealdade na luta pela libertação do país, incluindo tribos que não se realcionavammuito bem nos últimos anos. Kadafi disse que “é hora de deixar as divergências de lado e concentrar forças e esforços para derrotar os traidores e anova cruzada dos ocidentais imperialistas”.

As famílias e tribos dispostas a lutar contra os rebeldes receberam das tropas de Kadafi muitas metralhadoras Kalashnikovs e pistolas, com variada munição.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Nova derrota para os rebeldes líbios: comandante militar é morto em Bani Walid


O comandante das forças militares do rebeldes líbios, Dau al Salihin Jadak morreu durante combates na noite de terça-feira na cidade de Bani Walid, segundo informou o Conselho Nacional de Transição (CNT).
Natural de Bani Walid, a 170 km ao sudeste da capital, Trípoli, Dau al Salihin Jadak era um conhecido traidor do povo árabe líbio, ficou preso por 18 anos por ter participado em uma revolta contra o líder Muamar Kadafi em 1993.
Ele só foi libertado em fevereiro, quando o governo líbio abriu as prisões do país,atendendo apelo de organizações humanitárias internacionais e defensoras dos direitos humanos. A libertação desses presos políticos (muitos dos quais membros da Al-Qaeda) deu início às rebeliões em Benghazi, prontamente financiadas e armadas por potências ocidentais interessadas em criar uma guerra por petróleo na Líbia.
Outro comandante rebelde traidor líbio a tombar em combate, na cidade de Sirte, foi Ibrahim Halbas Tauorga, que ficou tristemente famoso por assassinar e torturar negros nesta guerra de ocupação. Para ele, “todos os negros líbios e tuaregs são apoiadores de Kadafi, portanto, devem ser mortos”. Tauorga tombou comum tiro no pulmão em Sirte.
De acordo com os rebeldes e mercenários do governo de transição – comandos especiais do Qatar, EUA e Inglaterra que estão operando em solo líbio, disfarçados de rebeldes - , Bani Walid foi alvos de disparos de foguetes das forças leais ao líder Kadafi. Eles pediram, nesta quarta-feira, a intervenção da Otan na cidade. Sem as bombas da Otan assassinando homens, mulheres e crianças, impunemente, os rebeldes não conseguem avançar, diante da feroz resistência do povo líbio aos invasores estrangeiros e traidores líbios.
As mortes de comandantes rebeldes provam que esta guerra é uma farsa montada pelos governos dos EUA, França e Inglaterra, envolvendo 40 países, para assassinar civis indefesos na Líbia, derrubar um governo legítimo que conquistou para o povo líbio o melhor IDH dos países da África, e praticou uma política externa soberana, não alinhada aos inimigos históricos dos povos africanos, os colonizadores imperialistas EUA, França e Inglaterra – que ao longo dos anos só levaram escravidão, guerras e saques aos povos da África.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mensagem de Aisha Kadafi ao povo da Líbia

Em nome de Deus, o clemente, o misericordioso.
Ao grande povo da Líbia.
Recebam minha saudação.
Eu não vou dizer-lhes que a vitória se aproxima, mas que vivemos, todos nós, dias vitoriosos nos últimos oito meses, e estamos alinhavando uma vitória que nunca foi presenciada na história da humanidade.
Quarenta países se uniram para nos atacar com a mais moderna tecnologia de guerra do mundo, com seus ataques usando aviões, mísseis por ar e mar, e utilizando todos os seus agentes em terra. E o povo líbio ainda resistente e segue lutando. Recomendo estes heróis e felicito todas as pessoas da Líbia, junto com o seu grande líder Muamar Kadafi, e com alívio informo a vocês que ele está bem. Ele está bem Graças a Deus, e também é fiel a Deus e permanece otimista.
Ele carrega uma arma e está lutando no campo de batalha com seus filhos, lado a lado com os combatentes da Líbia. Este é Muamar Kadafi, colocando-se à frente do campo de batalha para se tornar um lutador ou um mártir com seus filhos.
Compare esta visão com a da monarquia do Qatar, onde o Príncipe que se apresenta e se propõe um príncipe herdeiro, chorou como uma menina quando anunciaram que o Qatar seria a sede da Copa do Mundo, dentro de12 anos.
Isto dá aos líbios o direito de se sentirem orgulhosos do seu líder!
Vergonha e desgraça para os líderes árabes que foram seduzidos ou comprados, e participaram do massacre ao povo líbio. E é lamentável que as nações árabes presenciem esse massacre por oito meses consecutivos e não se manifestem e nem se levantem contra ela.
Mas eu chamo os leões de Trípoli, os leões de Tarhouna, as águias de Wershifanna, os leões de Assabia, Mashaseeya, Arshaydat, Ajaylat e Awayell, os leões da cidade antiga de Sabha, os leões de Sirte, Abusleem e El -Hadhba . Todas as tribos na Líbia e todos os heróis de Trípoli, e todos os lutadores da Líbia do Ocidente ao sul.
Apelo a vocês e peço-lhes, peço a vocês, peço a vocês! (Repetindo as palavras de uma heroína feminina muçulmana retratada nas antigas batalhas islâmica). Venham! Perseverem! Sejam pacientes! Combatam! Deus, o clemente e misericordioso disse: "Se há 100 perseverantes, eles vão derrotar 200, e se existem 1000 perseverantes, eles vão derrotar 2000, e Deus está com os perseverantes." - Citação do Alcorão.
Eu digo ao nosso povo: o que vocês tem a dizer sobre a humilhação que é o novo regime, que tipo de regime é este? Estes são rostos familiares? Não! Vocês sabem muito bem: começando com Abushenna (Mustafa Abdul Jalil) que deu a sua lealdade e obediência ao meu pai e o traiu. Mahmoud Jibril que deu a sua lealdade e obediência ao meu irmão Saif El-Islam, e o traiu. Shalgam foi leal durante 40 anos e o traiu. Trekki. o idiota, era leal e obediente por 40 anos e traiu. Ghogha era leal e capitão dos advogados, e traiu. Bilhadj deu um juramento e uma garantia, e quebrou seu juramento. Outros, entre tantos outros existem. Todas essas pessoas são traidores e quebraram seus juramentos, portanto, com certeza eles vão quebrar juramentos e promessas que fazem a vocês.
E para os rebeldes apoiados pela Otan, se você tiver qualquer bom senso ou lógica para utilizar, sabe que quando a Otan invadiu o Afeganistão e o Iraque, eles invadiram por terra porque não conseguiam encontrar traidores dispostos a pegar em armas contra seus compatriotas. Infelizmente, eles encontraram essas pessoas na Líbia, que pegaram em armas para – em troca de dinheiro – atirar contra seus próprios irmãos líbios. É por isso que eu repito a vocês: não há outro deus além de Deus, e Mohamed é o seu profeta. Acreditem em Deus (Allah), acredite em Deus (Allah). Deus (Allah) é tudo que precisamos. Ele é o maior e melhor guardião.
Finalmente, gostaria de citar o meu irmão, quando lhe pedi para ter cuidado e cuidar de si mesmo na linha de frente com seus irmãos. Eu nunca vou esquecer suas palavras: "Vou fazer uma trilha com os nossos corpos para que o povo da Líbia possa seguir-nos rumo à vitória."
Aos heróis da Líbia: não decepcionem nossos mártires. Vingança, vingança, vingança!
A vitória virá, com paciência, e na hora certa.
A paz esteja com vocês, e as bênçãos e misericórdia de Deus.

Aisha Kadafi


Fonte: Transmitida pela El-Rai Television

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quem ganhou a guerra na Líbia?



A história já está sendo reescrita para acomodar a nova realidade provisória na Líbia” - a realidade de hoje, isto é, porque ninguém pode prever o tempo exato em que o povo líbio colocará para correr o novo governo de traidores e mercenários financiados por potências ocidentais. De acordo com Hussein Agha e Robert Malley, escrevendo no New York Review of Books, a Otan "ajudou" os rebeldes a "derrubar Kadafi”. Esta é uma inversão da realidade porque na verdade os rebeldes ajudaram a Otan, e não o contrário.
Incapazes de derrubar o governo com suas próprias forças, pois não passavam de grupos dispersos financiados por potências estrangeiras, eles abriram as portas para um colossal ataque ao seu país por forças estrangeiras. Em troca, a Otan pavimentou o caminho para seu avanço para o oeste até a Trípoli e permitiu-lhes assumir o crédito pela vitória. Foi a Otan – a serviço das potências estrangeiras – que salvou uma pequena insurreição que não duraria mais do algumas semanas, transformando-a em uma guerra total na qual dezenas de milhares de vidas foram sacrificadas. Foi a Otan que, em nome da proteção aos civis, assassinou milhares decivis indefesos num processo de saturação de bombardeios à Líbia (admitiram 7.500 missões militares até omes passado), destruindo qualquer possibilidade do governo legítimo se defender. O confronto entre o governo da Líbia e a Otan não foi uma guerra, mas um ataque monstruoso, de proporções gigantescas, utilizando a mais moderna tecnologia militar do planeta, e a força econômica, política e diplomática das potências mais poderosas. O destino da Líbia poderia ser o destino de qualquer outro país pequeno, como tem sido o destino de muitos pequenos países durante os últimos dois séculos de agressão ocidental contra o mundo não-europeus e não americanos.
Chamar essa agressão de guerra é uma afirmação enganosa por parte da mídia ocidental para desviar a opinião pública sobre a verdade dos fatos e beneficiar os agressores - financiadores. Basicamente, esta foi uma guerra decidida pelos governos da Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, com outros países (Canadá, Itália, Bélgica, Dinamarca e Noruega) utilizando a Otan como camuflagem. Cameron e Sarkozy têm negado interesse próprio, mas a disputa sobre o direito prévio aos recursos de petróleo da Líbia já começou dentro do novo consórcio chamado de "Amigos da Líbia". A Líbia descobriu que tinha amigos que nunca suspeitou que existissem.

Intervenção externa em socorro a Benghazi

Foi muito rápida a mobilização de forças estrangeiras para atacar a Líbia, revelando que não foi por acaso, mas algo planejado e preparado ao longo dos últimos anos.Os governos das potências imperialistas França, Grã-Bretanha e os EUA começaram a mobilização para conseguir a ONU a legitimação da guerra para ocupar a Líbia. A exemplo do que a ONU fez na Coreia, Afeganistão e Iraque, a ONU foi novamente manipulada pelas grandes potências e aprovou a Resolução 1970, (26 de fevereiro) que trata de imposição de sanções e um embargo de armas: resolução 1973 (17 de março) declarada zona de exclusão aérea sobre os governos da Líbia e autorizado a tomar todas as medidas necessárias para “proteger a vida civil”, neste caso, trata-se da mais pura hipocrisia: assassinaram milhares de pessoas em nome da proteção a essas mesmas pessoas. Seria cômico senão fosse trágico.

A partir deste ponto de partida a imposição de uma zona de exclusão aérea abriu a oportunidade para os primeiros aviões estrangeiros bombardearem a Líbia. As primeira bombas a caírem na Líbia para “proteger o povo” foram despejadas por aviões franceses, país que tem péssimo histórico de crimes de guerra na colonização e saque de nações africanas. Acostumados – ao longo da história - a assassinar os negros para roubar suas riquezas naturais, os franceses sentiram-se como se “voltassem ao lar”.

O fracasso da Anistia Internacional

A Anistia Internacional elaborou um relatório que detalha os crimes cometidos pelos rebeldes até a entrada em Trípoli. O que a Anistia Internacional omite,atendendo interesses do porta-voz da Otan, são os crimes cometidos pelos poderes de intervenção externa contra a população civil. Uma lista curta incluiria o bombardeio de abastecimento de água, clínicas, armazéns, mercados, pelo menos, um hospital, escolas, a Universidade Nasser, em Tripoli, casas de civis, os escritórios da Sociedade da Líbia para tratamento da Síndrome de Down, uma pousada em Brega onde um grupo de imãs católicas foram assassinadas porque se colocaram na frente de uma passeata que pedia paz em Benghazi.

As vítimas de ataques aéreos da Otan, incluídas mulheres e crianças, somam milhares. Todos os dias cometeram- e cometem – crimes contra civis indefesos, e em todos esses crimes o porta-voz da Otan afirma que o objetivo dos ataques eram alvos militares, apesar da evidência visual ao contrário: em poucas ocasiões em que eles admitiram vítimas civis, disseram, cinicamente, que lamentavam os erros de segmentação ou sistema de armas.

A Anistia Internacional deveria questionar o quadro de violações do direito internacional na Líbia por parte da Otan, começando com o fato da intervenção ter excedido e extrapolado o mandato (espúrio em si mesmo) emitido pelo Conselho de Segurança da ONU.
Por que não questionam, por exemplo, sob a luz do direito internacional, o ataque a casa de Saif al Arab al Kadafi em Trípoli, em primeiro de maio.O comando militar da Otan sabia que havia mulheres e crianças na residência, mas ainda assim matou seu filho e três de seus netos. O argumento de que casa de Saif al Arab seria um comando militar ou centro de controle é uma escandalosa mentira. O escritório da Sociedade para tratamento da Síndrome de Down na Líbia foi bombardeada, aparentemente porque o comando militar da Otan pensava que Kadafi estivesse naquele local. Estas tentativas claramente deliberadas para assassiná-lo levantam um outro aspecto do direito internacional que a Anistia não se sente inclinada a investigar.

Sobre a questão da perda de vidas de civis resultantes de ataques aéreos, a Anistia acha que a Otan "admitiu uma série de erros fatais, incluindo uma em 19 de junho, em Tripoli que levaram à morte de civis". A passagem posterior refere-se a vários civis 'supostamente' ser morto (em vez de realmente ser morto como parece ter sido o caso) quando um “projétil” (uma telha solta?) atingiu suas casas. A Anistia permite que um porta-voz da Otan explique o que aconteceu. Havia uma "falha no sistema de armas" que "poderia ter causado [sic.] a perda de vidas inocentes" e, por essa perda de vidas o porta-voz da Otan diz – novamente – que lamenta.

Há também uma referência a um ataque aéreo perto de Trípoli em 20 de junho.O alvo era um conglomerado pertencente a "um dos associados de Kadafi" (ou seja, um alto funcionário do governo da Líbia). Pelo menos uma mulher e duas crianças foram mortas porque o "conglomerado" teria implicações militares, mas na verdade tratava-se de um conglomerado de casas. De acordo com o porta-voz da Otan, no entanto, apesar do assassinato da mulher e das crianças, este foi um "ataque de precisão", lançado contra um "alvo militar legítimo". No mínimo, a questão da proporcionalidade surge novamente. Se a Otan tinha provas de equipamento militar dentro do complexo (nunca mostrado) também tinha provas da presença de mulheres e crianças. O alvo provável era o alto funcionário do governo, que escapou ileso.

Repórteres informaram a Anistia Internacional que "pelo menos alguns dos prédios atingidos no composto parecia ser residencial" e deixaram por isso mesmo. Ela menciona a explosão de três antenas de televisão por satélite como uma eventual infração das leis de guerra sobre a proibição de ataques a infra-estrutura civil, mas não tem nada a dizer sobre violações infinitamente mais graves do direito humanitário internacional por parte da Otan. Não há menção dos 85 mortos no ataque em primeiro de agosto, nenhuma menção sobre o assassinato dos religiosos na cidade de Brega; nenhuma menção sobre o assassinato do filho de Kadafi e netos; nenhuma menção a continuação dos ataques a infra-estruturas civis desde o início da guerra aérea até os dias de hoje. Nem há qualquer menção das ofertas de negociações feitas por Kadafi e pela União Africana, todas elas rejeitadas pelos rebeldes pela simples razão de que, enquanto eles tinham a Otan atrás deles, eles não iam parar até que o governo em Trípoli foi derrubado. Sem a Otan não bombardeasse o país de formacriminosa e terrorista diarimaente ao longo de sete meses, os rebeldes não sairiam de Benghazi , e teriam que negociar. Na medida em que o papel da Otan é central e determinante, o relatório da Anistia é uma farsa vergonhosa.

Os negócios firmados entre os rebeldes e os governos dos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha vão permanecer escondidos debaixo da mesa pelo maior tempo possível, e só lentamente é que vamos ver que vai envolver: generosas concessões às grandes empresas petrolíferas ocidentais, contratos para a reconstrução do que os mísseis da Otan estão destruindo, reabertura eampliação das embaixadas, missões militares para treinar e reorganizar o exército da Líbia, e empreiteiros passeando em Humvees e veículos blindados para proporcionar “segurança”. Naturalmente os custos da guerra - de 'libertação' da Líbia – será pago pela Líbia.
O estabelecimento de bases militares da Otan na Líbia será o bônus especial para as forças estrangeiras ocidentais ameaçaremcada vezmaisa África. A Líbia vai retornar ao sistema financeiro internacional, o que significa uma economia reestruturada com base nos “conselhos” do FMI e empréstimos. Não haverá mais conversa de um Banco Central Africano e agência de investimento financiado pela Líbia, e outros projetos que Kadafi já tinha colocado em movimento.

A Líbia será como o Iraque, para favorecer a rapina de suas riquezas naturais por parte dos “libertadores”. O Conselho Nacional de Transição é internamente fragmentado e mais propenso a implosão antes da consolidação de um governo. A guerra ainda está longe do fim, exigindo a participação da Otan a cada passo do caminho, e os últimos redutos do governo deposto estão se superando, aumentando a resistência dia a dia. Mesmo que Kadafi ou Saif al Islam fossem mortos, é provável que a luta pela libertação da Líbia continue. A guerra à Líbia não se trata de uma guerra de libertação ou de uma revolução popular, mas é um produto da intervenção ocidental. Os sorrisos triunfante em Tripoli de Cameron, Sarkozy e Bernard-Henri Levy, são os sorrisos de um tigre saboreando sua última refeição e contemplando seu próximo. Nenhum ataque ocidental em um país árabe já terminou bem para a população local, e na Líbia é improvável que haja qualquer exceção.

O sucesso da força militar ocidental no Oriente Médio é ameaçador. Iraque e Líbia são precedentes perigosos. Com o apoio dos governos europeus, os EUA têm ameaçado o governo sírio para retardar o crescimento econômico do país nas duas últimas décadas. Seu colapso ou derrubada representaria o maior ganho estratégico para os EUA, Israel, Grã-Bretanha e França desde a Segunda Guerra Mundial, superando o isolamento do Egito através do tratado de paz de Camp David e da destruição do Iraque. As repercussões seriam sentidos em todos os níveis da política árabe. O regime sírio está em apuros e estes poderes podem cheirar sangue. Eles esperam que a pressão interna irá derrubá-lo, mas se não podem expor no mesmo caminho que os levou para a Líbia. Este é certamente na sua agenda, o que eles, eventualmente, devem decidir.

O autor Jeremy Salt é professor associado na história do Oriente Médio e Política na Universidade Bilkent, em Ancara, na Turquia. Anteriormente, lecionou na Universidade do Bósforo em Istambul e na Universidade de Melbourne nos Departamentos de Estudos do Oriente Médio e Ciência Política. Escreveu vários artigos sobre questões do Oriente Médio, especialmente na Palestina, e foi um jornalista para o jornal The Age, quando ele morava em Melbourne. Ele contribuiu com este artigo para PalestineChronicle.com.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Continua na ONU a farsa para tentar dominar o povo líbio


Líderes internacionais presentes numa conferência de alto nível da ONU sobre o assunto congratularam os rebeldes líbios, após sete meses de ataques terroristas da Otan às cidades e aldeias líbias para abrir caminho para a derrubada de um governo legítimo e soberano. Os chamados “líderes” internacionais não passam de governantes subservientes ao imperialismo e ao sionismo, referendando uma decisão criminosa e hipócrita, a decisão da ONU em legitimar os ataques da Otan à Líbia, assassinando milhares de civis indefesos para que algumas potências imperialistas ocidentais pudessem roubar as riquezas naturais do país.
A bandeira da monarquia líbia tremulou na terça-feira na ONU pela primeira vez desde que os rebeldes instauraram o caos e a destruição no país. O presidente dos EUA, Barack Obama, de forma estúpida ou canalha, recomendou aos seguidores do líder Kadafi que parem de lutar, como se o povo líbio fosse entregar seu país à sanha dos invasores estrangeiros de suas terras.
Ao saudar os traidores líbios – a quem a ONU chama de “novo governo” - na comunidade internacional, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o Conselho de Segurança da ONU agiu para proteger o povo líbio da violência, e por isso autorizou bombardeios da Otan contra as forças de Kadafi. A afirmação é ridícula porque na verdade a Otan desencadeou uma onda de violência inaudita na Líbia há mais de sete meses, e continua bombardeando e massacrando a população civil, em nome da ”proteção ao povo”.
O presidente Barak Hussein Obama disse que "Hoje, o povo líbio está escrevendo um novo capítulo na vida da sua nação", anunciando que o embaixador dos EUA voltará a Trípoli. "Vamos ficar com vocês na sua luta para realizar a paz e a prosperidade que a liberdade pode trazer." Obama mentiu mais uma vez e não revelou a verdadeira intenção do imperialismo no país, após destruir toda a infraestrutura (bombardear rodovias, viadutos, linhas férreas, estradas e até escolas e hospitais) e despejar milhares de bombas radioativas que causam câncer na população.

Kadafi: seguimos lutando, até a vitória
Enquanto os serviçais do imperialismo e do sionismo cantavam vitória na ONU, Kadafi declarava em um discurso transmitido por uma TV síria: "As bombas dos aviões da Otan não irão durar para sempre. O governo da Líbia não foi derrubado porque o povo líbio conquistou um governo de democracia direta, onde o povo está no poder, e isso nem as bombas da Otan conseguirão destruir. A reconquista da liberdade e da soberania em nosso país é uma questão de tempo, estamos organizando a verdadeira resistência que vai livrar nosso país dos invasores estrangeiros e dos traidores. Neste momento estou em Trípoli organizando nossa resistência, até a vitória”.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Kadafi denuncia ‘terrorismo da Otan contra população de Sirte’



Kadafi cobrou do Conselho de Segurança da ONU que assuma a responsabilidade pelas atrocidades que a Otan está perpetrando contra os civis na cidade de Sirte e Bani Walid, entre outras
O líder líbio Muamar Kadafi enviou carta ao Conselho de Segurança da ONU através da qual cobra o fim do “terrorismo e da destruição que estão sendo praticadas pela Otan na localidade de Sirte, que não têm precedentes na história das guerras”. O teor da carta foi divulgado pela TV Al Rai nesta quarta-feira, 14.
“Se Sirte for isolada do mundo, de forma que as atrocidades possam ser cometidas contra a cidade e sua população, então o mundo não deve se isolar dela”, adverte Kadafi.
O dirigente da revolução líbia cobrou ainda do Conselho de Segurança da ONU, a responsabilidade pelos crimes que a Otan está perpetrando no país. “Vocês devem assumir suas responsabilidades internacionais imediatamente para parar este crime”, afirmou Kadafi.
É, sem dúvida, muito estranho que o Conselho de Segurança, que deu a permissão para a Otan implantar uma “zona de exclusão aérea”, supostamente para defender os civis líbios”, até hoje não tenha nem se pronunciado a respeito dos crimes dessa Organização, que passou a matar os civis líbios, bombardear casas, hospitais, escolas, emissoras de TV e rádio, além de destruir a infraestrutura de água e eletricidade, tornando a vida dos civis um inferno. Tudo isso é o contrário do foi aprovado resolução 1973, e nem por isso, o secretário-geral tossiu ou mugiu até agora.
O site Blumberg dá mais dados que confirmam a denuncia de Kadafi sobre as atrocidades da Otan em Sirte: sob a responsabilidade da Otan, a eletricidade da cidade com 100 mil habitantes foi cortada, a água já escasseia e os alimentos também. Aos membros do Conselho de Segurança da ONU.
Na segunda feira, 12, Kadafi já fizera outro pronunciamento ao povo líbio. “Não vamos submeter a Líbia ao regime colonial, como gostariam os traidores. Agora não há outro caminho que não seja a luta até a vitória. Vamos esmagar a traição”, conclamou o líder líbio Muamar Kadafi, em entrevista que foi ao ar pela TV Al Rai.
Conforme o líder líbio, diante da ação criminosa dos invasores e de seus bombardeios, a situação está cada vez mais clara: “houve um golpe armado contra a nossa revolução e o poder dos Comitês Populares”. “É o retorno dos esforços para fazer o nosso país retroceder ao que era antes da revolução, uma propriedade das companhias ocidentais e não do povo líbio, para escravizar o povo depois que se tornassem os mandantes”, frisou.
Ao exortar a resistência em todos os rincões do país norte-africano, o líder líbio destacou que os motivos por detrás dos golpistas que se apoiam na “bandeira da humilhação e da desonra são amplamente conhecidos”, evidenciados na troca de sangue por petróleo, na morte de milhares de inocentes.
“Não há outra escolha para o povo líbio do que derrotar aqueles que vão contra a essência da revolução. É inaceitável entregar nosso petróleo aos franceses e não vamos nos permitir escravizar depois de nos realizarmos como donos das nossas riquezas. Deus está acima de todos os agressores”, enfatizou.

domingo, 18 de setembro de 2011

Rebeldes líbios são derrotados em Bani Walid


Os rebeldes da Líbia tentaram se reagrupar neste domingo, após terem sido expulsos na sexta-feira da cidade de Bani Walid, que permanece leal ao líder Muamar Kadafi. O recuo acalmou a situação em um dos campos de batalha, temporariamente, enquanto comandantes insurgentes que lideram uma segunda ofensiva tentam abrir um novo front apoiados por bombardeios de aviões ingleses. Entretanto, nem mesmo essa estratégia sanguinária está dando resultados.

Os rebeldes foram repelidos na sexta por francoatiradores e bombardeios de unidades leais a Kadafi que mantém posições estratégicas no vale onde fica a entrada da cidade. Enquanto isso, dezenas de famílias aproveitam a calmaria temporária para fugir de Bani Walid. Ismail Mohammed, um servidor público de 50 anos que deixou a cidade, disse que as forças de Kadafi no local são "muito fortes" e que a maioria da população não aceita a presença de rebeldes”.
A grande resistência em Bani Walid, Sabha, Harawa, Sirte e cidades e aldeias do deserto mostra que as forças de Kadafi têm poder de fogo e conta com o apoio damaioria da população. Demonstra que o novo regime imposto pela potências imperialistas ocidentais não conseguirão se livrar tão facilmente dos redutos pró-Kadafi. Dentro de Bani Walid, uma estação de rádio ligada a um dos maiores defensores de Kadafi divulga uma série de apelos para que a população resista e chama os revolucionários de traidores que não respeitam as leis islâmicas.
Neste sábado, os comandantes rebeldes reafirmaram que estão tentandonegociar a rendição da resistência na região de Harawa, cerca de 80 quilômetros a oeste de Sirta. Caso o acordo se concretize, os insurgentes terão um novo caminho para chegar até a cidade. Mas o porta-voz de Kadafi, Moussa Ibrahim, declarou que seus homens não correm o risco de perder o controle de Sirta. "Nós temos a capacidade de manter essa resistência por vários anos, enquanto organizamos a luta pela libertação do nosso país em diversas outras cidades", disse em um telefonema para a emissora de TV síria Al-Rai.

Ecos da derrota dos rebeldes
Na litorânea Sirte, terra natal de Kadafi, as forças do Conselho Nacional de Transição (CNT) endureceram o cerco contra bolsões de resistência espalhados pela cidade, mas foram duramente repelidas, apesar dos bombardeios constantes da Otan, assassinando milhares de civis indefesos.
Quase quatros semanas depois da tomada de Trípoli pelos rebeldes, o revés em Bani Walid é um duro golpe para a nova liderança, que decidiu esperar até que toda a Líbia esteja "liberada" antes de começar a executar o seu cronograma para a redação de uma Constituição “democrática” e a convocação de eleições fraudulentas, onde vai prevalecer os interesses das potências imperialistas que ocupam a Líbia.
"Recebemos ordens para recuar. Fomos atingidos por muitos foguetes. Vamos voltar depois," disse o combatente Assad al Hamuri em meio à frenética retirada de Bani Walid, marcada por gritos, raiva e frustração.
"Precisamos reorganizar as tropas e estocar munição," disse outro combatente, Saraj Abdelrazaq. "Estamos esperando ordens para voltar depois."
Na sexta-feira passada, um dia depois de eles receberem a visita dos chefes de governo da França e Grã-Bretanha, fica clara adeterminação dosgovernos que bombardearam a Líbia em apoiar o governo fantoche,m submissoà rendiçãodo país às potências ocidentais, que praticarão o saque e o roubo das riquezas naturais do país.

Fogo pesado
Em Bani Walid, uma correspondente da Reuters viu os combatentes anti-Kadafi deslocando-se sob disparos de morteiros, foguetes e fraco-atiradores, e avançando casa e casa quilômetros antes de chegar à cidade, parando para se proteger atrás de muros. A cidade toda, incluindo o mercado central e o castelo em estilo antigo erguido por Kadafi no alto de um morro estão fortemente defendidos.
Os 100 mil habitantes de Bani Walid prepararam uma resistência heróica, sob o comando de Kadafi. O mesmo acontece em Sirte, uma vasta cidade de tamanho semelhante, que décadas atrás era apenas uma modesta aldeia, mas que Kadafi pretendia transformar em capital da Unidade Africana.
Combatentes do CNT, que levaram várias caminhonetes equipadas com metralhadoras e alguns tanques para lá, disseram haver muitos agrupamentos de combatentes kadafistas fortemente armados.
Não é possível manter contato com os partidários de Kadafi dentro dessas duas cidades e em Sabha, nos confins do Saara, também controlada pelos partidários do governo kadafista.
Os detalhes sobre o desenrolar dos fatos em Sabha são escassos, mas um porta-voz militar britânico disse que jatos da Grã-Bretanha dispararam mais de 20 mísseis Brimstone para destruir edifícios, estradas e construções na cidade, para facilitar o trabalho dos rebeldes que não conseguem avançar.

sábado, 17 de setembro de 2011

Senador estadunidense assume que invasão da Líbia é pelo petróleo


Durante o diálogo com a jornalista Andrea Mitchell, através da rede internacional MSNBC, o senador democrata Ed Markey garantiu que "...Bom, nós estamos na Líbia pelo petróleo... E esta dependência que temos do petróleo, é uma necessidade que os Estados Unidos têm de possuir um programa de energia renovável, no futuro".

Assim, os governos e exércitos que integram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) violaram de forma descarada as disposições da resolução 1973 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a qual, apesar de seu caráter evidentemente intervencionista e neocolonial, proibiu as operações militares em terra e não incluía a derrubada de Muammar al Gadaffi nem o reconhecimento do Conselho Nacional de Transição como governo de fato da Líbia.

A referida resolução só autorizava os comandos da OTAN a oferecerem proteção aos civis supostamente massacrados pelas forças governamentais líbias, mas estes ultrapassaram os limites e montaram uma operação combinada de forças aéreas, navais e terrestres, violando radicalmente a decisão do Conselho de Segurança, secundados por uma campanha midiática, em nível mundial, que arremetia contra a tirania de Gadaffi e seus crimes de lesa-humanidade.

Muammar al Gadaffi tornou-se um dos parceiros mais fiéis do imperialismo na região de Oriente Médio, especialmente da França e da Itália, o que não impediu que os governos dessas nações, junto ao dos Estados Unidos, armassem e respaldassem militarmente os mercenários, cuja missão principal é a de assegurar o acesso das potências ao petróleo de alta qualidade existente no subsolo líbio. Este fato, de por si, constitui uma advertência para o resto das nações que dispõem de recursos estratégicos essenciais para as potências capitalistas, as quais — como ficou demonstrado neste caso, tal como no Afeganistão e no Iraque — não duvidariam na altura de violar a Carta das Nações Unidas, utilizando seu poder de veto na referida organização, além de seu poder bélico, para impor sua decisão a todo o planeta, em uma partilha neocolonial que nos faz lembrar o que a Europa fez em séculos anteriores.

Após a confusão provocada pelos levantes da Tunísia e do Egito — que os levou a defender os regimes derrocados — os governos dos Estados Unidos e da Europa reagiram de maneira diferente no caso da Líbia, desatando uma bem cuidada campanha de desinformação que apresentou os mercenários que eles patrocinaram como rebeldes enfrentados a uma cruel tirania, chegando-se a qualificar os acontecimentos que tiveram lugar ali como uma guerra civil.

Até certo ponto, seguiram os mesmos padrões aplicados durante a chamada Guerra Fria quando enfrentavam a "conspiração mundial comunista", representada pela URSS. Agora que a estratégia foi bem-sucedida, não podemos esquecer a ideia de que a mesma poderá ser aplicada em qualquer outro lado, tendo como alvos principais aqueles países que possuem matérias-primas das que precisa o capitalismo mundial.

Para os Estados Unidos, esta estratégia estaria norteada para seu "quintal", isto é, Nossa América, o que deveria servir para prevenir os governos e povos desta ampla região, que a possam contestar com antecedência, de forma semelhante à empregada contra as pretensões da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), em um confronto assimétrico, porém efetivo, que ponha a nu e derrote o cinismo imperialista de Washington e de seus parceiros europeus.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Presidente Chávez: “Meios de comunicação: falem a verdade do que ocorre na Líbia por respeito ao ser humano”


"Recomendo, sugiro aos jornalistas, aos meios de comunicação, aos europeus que façam um esforço, que digam verdades a respeito do que acontece na Líbia, pela dignidade deste mundo, pelo respeito ao ser humano", anuncia o chefe de Estado Venezuelano em entrevista no Palácio de Miraflores.

Cataloga como uma barbárie o que ocorre na nação norte-africana
"Que coisa tão terrível o que acontece na Líbia, os aviões europeus, a OTAN e os americanos abrindo brechas por vilarejos inteiros com bombas e milhares de mortos, para que alguns bárbaros consigam derrubar o governo", enfatiza.
Rememora a época do colonialismo “A Europa hoje deveria ter vergonha, levantou as bandeiras da barbárie. Outra vez a barbárie, outra vez as cruzadas".
Faz um chamado aos povos desse continente para que continuem despertando e exijam que seus governos respeitem a humanidade, a vida e a encerrar o caminho da barbárie".
"Isto é mais ou menos o que ocorreu aqui há 500 anos quando chegaram seus barcos, de lá chegaram, da Espanha".
Assinala que nesta época o continente americano tinha 90 milhões de habitantes e 200 anos depois, ficaram somente 4 milhões.
"Agora já não são barcos (...) agora são aviões sem tripulantes, foguetes e mísseis de longo alcance disparados, porém cem sobre hospitais, cidades e sobre pessoas inocentes, para justificar o injustificável", explica.
"Hoje queremos é a união. Queremos a paz", anunciou.

Trad. Vera Vassouras

domingo, 11 de setembro de 2011

A hipocrisia da mídia sobre o 11 de setembro




A grande farsa do 11 de setembro está sendo super-exposta nos meios de comunicação do Ocidente, enquanto a Otan continua bombardeando criminosamente cidades e aldeias líbias.
Um vídeo produzido na França e Estados Unidos da América por jornalistas e radialistas independentes, ouvindo técnicos e experts em segurança, inclusive bombeiros que atenderam vítimas dos atentados às Torres Gêmeas, comprovam através de fotografías e depoimentos que o 11 de setembro foi uma grande farsa produzida pelo governo norte-americano e pela mídia mercenária ocidental.
Provas apresentadas:
1 – Havia obras de demolição nas Torres Gêmeas, incluindo demolição controlada por explosivos colocados dentro dos predios.
2 – Os vídeos que mostram as explosões internas dos edificios e nos andares térreo e subsolos foram destruídos ou “desapareceram”. Os vídeos mostravam metal derretido escorrendo das estruturas, algo que os combustíveis de aviões jamais produziriam.
3 – A Terceira Torre (WTC 7) também foi derrubada, sem que nenhum avião a tenha atingido.
4 – Técnicos encontraram fortes vestigios de “Thermite”, um poderoso explosivo usado pela indústria de demolições.
5 – Os EUA estão ficando sem petróleo e o governo norte-americano planejou os atentados para justificar guerras para roubar petróleo no Afeganistão e Iraque.
6 – Fotos ampliadas mostram míssel acoplado ao avião - que não tinha civís a bordo - se chocando na primeira torre.
7 – No mesmo dia dos atentados, os parentes de Bin Laden que estavam nos Estados Unidos da América foram autorizados a deixar o país por orden presidencial, rompendo o bloqueio decretado em todos os aeroportos.
Confira o vídeo no youtube: http://youtu.be/KbJX-dulu58

sábado, 10 de setembro de 2011

A CIA e os drones: para resolver problemas internos

Por Gareth Porter, OpEdNews

Quando David Petraeus chegar à CIA na 3ª-feira, estará assumindo a presidência de uma organização cuja missão mudou nos anos recentes. A CIA já não é encarregada de reunir e analisar dados de inteligência. Hoje, tem participação direta em campanhas militares, comandando os aviões-robôs tripulados à distância, osdrones, no Paquistão, no Iêmen e na Somália.

Mas a transformação da CIA não acompanhou, apenas, a expansão da guerra dos drones no Paquistão, até chegar ao ponto em está hoje. O diretor Michael Hayden, da CIA, trabalhou ativamente a favor dessa expansão, num momento em que os ataques com drones pareciam ser experimento fracassado.

Uma das razões pelas quais Hayden tanto operou para conseguir ampliar muito a guerra dos drones, como se pode ver agora, é que já se havia criado toda uma burocracia para aquela guerra, antes da guerra e antecipando a guerra.

Durante 2010, a “guerra dos drones” da CIA no Paquistão matou mais de 1.000 pessoas, menos do que os cerca de 2.000 mortos pelos “raids noturnos” das forças especiais no Afeganistão, segundo matéria do Washington Post, dia 1º de setembro.

Um funcionário da CIA citado pelo Post começou dizendo que a CIA tornou-se “uma tremenda máquina de matar”, para, em seguida, corrigir-se: “tornou-se uma tremenda ferramenta operacional.”

A mudança na missão da CIA refletiu-se no crescimento espetacular de seu Centro de Contraterrorismo [ing. Counter-terrorism Center (CTC)], de 300 funcionários em setembro de 2001, para os atuais cerca de 2.000 funcionários – 10% de toda a força de trabalho da agência, segundo a matéria do Post.

O braço analítico da agência, que antes se devotava inteiramente a avaliações e pareceres de inteligência para políticos, foi profundamente afetado.

Mais de 1/3 do pessoal do braço analítico trabalha hoje completa ou prioritariamente em funções de apoio às operações da CIA, segundo altos funcionários citados no Post. E quase 2/3 deles analisam dados usados pelo CTC na guerra dos drones, selecionando e definindo alvos a serem atacados.

Parte dessa mudança no trabalho interno, para apoiar a guerra dos drones aconteceu depois que aumentou o número de ataques de drones no Paquistão desde meados de 2008, mas bem antes disso a CIA já começara a construir as bases institucionais para ampliar a guerra dos drones.

Crucial para que se entenda o papel da dinâmica interna nas decisões da CIA é o fato de que a campanha dos drones no Paquistão começou muito mal. Nos quatro anos, de 2004 até 2007, a CIA só fez 12 ataques aéreos com drones no Paquistão, todos contra alvos ‘de alto valor’, da Al-Qaeda e grupos ligados a ela.

A política de George W. Bush para os drones foi cautelosa, em grande parte porque o presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, era visto como tão confiável que o governo não quis correr qualquer risco de desestabilizar seu governo.

Essas limitações foram impostas à CIA, na tarefa de definir alvos para os ataques com drones. O drones só poderiam ser usados contra elementos definidos como de alto valor, da Al-Qaeda e afiliados no Paquistão; e a CIA sempre teria de poder provar que o ataque não provocara mortes de civis.

Aqueles primeiros 12 ataques com drones mataram apenas três figuras identificadas como da Al-Qaeda ou do Talibã no Paquistão. Mas, apesar de os “danos colaterais” estarem proibidos... morreram naqueles 12 primeiros ataques nada menos que 121 civis – consideradas só as notícias de jornal daquele ano.

Um único ataque dos drones contra uma madrassa (escola religiosa) dia 26/10/2006, que matou 80 estudantes locais, já dá conta de 2/3 das mortes de civis no período.

A matéria do Post revela que, apesar do começo desastroso, a CIA rapidamente envolveu-se no esforço para construir um grande programa especial para a guerra dos aviões-robôs: em 2005, a agência criou um projeto de carreira para analistas de inteligência para aquele específico programa.

Por aquela decisão administrativa, analistas que escolhessem especializar-se em definir alvos para os drones comandados à distância pela CIA recebiam a promessa de que o programa teria longa duração, que haveria trabalho garantido e promoções de carreira. A CIA assumiu compromissos de longo prazo com seu próprio corpo de funcionários, apostando que a guerra dos drones iria bem além dos três raids por ano e que, muito provavelmente, continuaria por longo tempo.

Em 2007, a agência deu-se conta de que, se queria manter aqueles compromissos, teria de conseguir que a Casa Branca mudasse as regras ‘políticas’ e relaxasse as restrições que ainda pesavam sobre o uso dos drones.

Foi quando Hayden abraçou o lobby pró-drones e passou a insistir com o presidente George W. Bush para que levantasse as limitações e impedimentos para novos e mais numerosos ataques dos drones – como se lê em The Inheritance, de David Sanger, repórter do New York Times. Hayden pediu autorização para usar os dronescontra casas e veículos, selecionados como alvos a partir de qualquer atitude ou movimentação suspeita, avaliados segundo um “padrão de vida” definido para a Al-Qaeda ou outros grupos.

Em janeiro de 2008, Bush deu um primeiro passo não divulgado na direção de afrouxar as limitações ao uso de drones, como Hayden desejava, mas a maior parte dos impedimentos a ataques com drones foram mantidos. Nos primeiros seis meses de 2008, houve quatro ataques pelos aviões-robôs comandados à distância.

Mas em meados de 2008, o diretor da Inteligência Nacional, Mike McConnell, retornou de uma viagem que fizera em maio ao Paquistão decidido a provar que os militares paquistaneses, em segredo, estavam apoiando os guerrilheiros Talibã – especialmente da rede Haqqani –, que estava ganhando fôlego no Afeganistão.

Segundo Sanger, a equipe de McConnell produziu avaliação formal, que reforçava a necessidade de ‘mais drones’, enviada em junho à Casa Branca e a outros altos funcionários. Com isso, Bush, que andava elogiando Musharraf como aliado contra os Talibã, viu-se obrigado a fazer alguma coisa para mostrar firmeza ante os militares paquistaneses e, também, ante os guerrilheiros afegãos que viviam em paraísos seguros no noroeste do Paquistão.

Bush queria que os aviões-robôs tripulados à distância fossem usados exclusivamente em ataques contra alvos dos Talibã afegãos, não contra a Al-Qaeda e seus aliados Talibãs paquistaneses. Mas, naquele momento, segundo Sanger, Bush rapidamente suspendeu todas as limitações que ainda havia (exigência de que houvesse informação de inteligência sobre determinados alvos ‘de alto valor’ e garantia de que não houvesse civis mortos).

Livre das limitações e impedimentos que pesavam sobre o programa dos aviões-robôs, no segundo semestre de 2008 a CIA aumentou o número de ataques comdrones, para entre quatro e cinco por mês, em média.

Segundo os relatos de discussões internas nas primeiras semanas do governo de Barack Obama, que se leem em Obama’s Wars [as guerras de Obama], de Bob Woodward, havia sérias dúvidas, desde o início, sobre se os drones poderiam, de fato, derrotar a Al- Qaeda.

Mas Leon Panetta, recentemente nomeado por Obama para dirigir a CIA, sempre foi empenhado defensor da guerra dos drones. Nunca parou de falar dos drones, apresentando-os à opinião pública como estratégia para destruir a Al-Qaeda – embora soubesse que a CIA, naquele momento, estivesse atacando principalmente os Talibã afegãos e seus aliados, não a Al-Qaeda.

Na primeira conferência de imprensa, dia 25/2/2009, Panetta, em referência indireta, mas óbvia, aos ataques com aviões-robôs, disse que o esforço para desestabilizar a Al-Qaeda e destruir sua liderança estaria sendo “bem-sucedido”.

Sob comando de Panetta, o número de ataques por aviões-robôs continuou, ao longo de 2009, no mesmo ritmo de crescimento acelerado da segunda metade de 2008. E em 2010, aquele número mais que dobrou: de 53 em 2009, para 118.

A CIA, afinal, conseguiu chegar à grande guerra de aviões-robôs, os drones, para a qual já se organizara antecipadamente.

Há dois anos, Petraeus dava sinais de não depositar muita confiança em ataques com aviões-robôs no Paquistão. Em documento secreto que redigiu como comandante do CENTCOM, dia 27/5/2011, que vazou e foi publicado pelo Washington Post, Petraeus advertiu que os ataques por aviões-robôs tripulados à distância estavam fazendo aumentar os sentimentos de antiamericanismo no Paquistão. Hoje, o que Petraeus pense ou deixe de pensar, pessoalmente, sobre os drones já não tem qualquer importância.

Os interesses institucionais da CIA, que mandam manter e ampliar o uso de aviões-robôs tripulados à distância – a guerra de drones – parecem ter-se imposto de tal forma, que nenhum diretor conseguirá opor-se àqueles interesses, baseado em sua pessoal opinião sobre como ou o quanto os ataques dos aviões robôs possam ser contraproducentes, se se consideram os interesses dos EUA.

Tradução: Vila Vudu

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Manifestantes derrubam muro da embaixada de Israel no Cairo



Centenas de manifestantes egípcios destruíram partes de um muro de segurança que havia sido erguido recentemente perto da entrada da embaixada de Israel no Cairo.
As forças de segurança egípcias não conseguiram controlar a multidão que subiu no muro, bateu com martelos e arrancou grandes pedaços da barreira.
Os manifestantes marcharam para a embaixada a partir da praça Tahrir, onde milhares de pessoas protestaram contra o ritmo das reformas do governo militar.
Desde a queda de Hosni Mubarak tem aumentado os clamores para que o histórico tratado de paz com Israel seja encerrado. O descontentamento aumentou no mês passado, depois que forças israelenses mataram cinco policiais egípcios ao responder a disparos na fronteira entre os dois países.
Neste momento em que a Turquia rompeu relações com Israel e anunciou que enviará navios de guerra para proteger os pacifistas da Segunda Flotilha da Paz que levará remédios e alimentos à Faixa de Gaza, os egípcios querem uma posição mais firme do governo em relação a Israel, afinal de contas, por algumas décadas o presidente Hosni Mubarak foi mantido no poder graças ao apoio dos governos de Israel e EUA.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Condenan masacre contra el pueblo de Libia en el Museo los Llanos



Venezuela (Diana Amador) -La información la dio a conocer Ana María Oviedo Palomares, directora general del Gabinete Estadal de Cultura en Barinas al señalar que la jornada tiene como fin condenar la masacre en el pueblo de Libia, culpabilizando a la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN) y a los “gringos” de estos hechos.
Dijo además que el diputado al Parlamento Latinoamericano por el Partido Comunista de Venezuela, Carolus Wilmer, disertará sobre la situación de conflicto y desestabilización de los países norafricanos especialmente Libia que ha sido víctima del más descarado y sangriento saqueo por parte de las potencias europeas monitoreadas por Estados Unidos.
Indicó que el acto también contará con las intervenciones del maestro artesano Pedro Reyes Millán, excombatiente guerrillero y Premio Nacional de Cultura Popular; del historiador Nelson Montiel Acosta, los poetas Modaira Rubio y Leonardo Ruiz Tirado.
La directora general además manifestó que la actividad también estará acompañada de un acto artístico y musical a cargo del cantautor Alfredo Ramos y de la agrupación revolucionaria Monte Sacro.
Finalmente, Oviedo manifestó que la actividad cuenta con el apoyo de la Gobernación del Estado y de la Universidad de los Llanos Occidentales Ezequiel Zamora, (UNELLEZ).

www.rbv.info/.../8330-cultura
www.corpozulia.abrebrecha.com/articulos.php?id=160596

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Líbia: A verdadeira guerra começa agora


Por Pepe Escobar, Asia Times Online

Chega de falar da derrubada do Grande Gaddafi. Agora, chegamos aos finalmentes: será Afeganistão 2.0, Iraque 2.0, ou uma mistura dos dois.

Os ‘rebeldes da OTAN’ sempre garantiram que não querem ocupação estrangeira. Mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – sem a qual não haveria vitória dos ‘rebeldes’ – não pode governar a Líbia sem coturnos em solo. Assim sendo, examinam-se hoje vários cenários virtuais no quartel-general da OTAN em Mons, Bélgica – a OTAN protegida sob o estofamento de veludo da ONU.

Segundo planos já vazados, mais cedo ou mais tarde podem aparecer por lá soldados das monarquias do Golfo Persa e aliados amigáveis, como a Jordânia e, especialmente, como a Turquia, que é membro da OTAN e interessada em embolsar vastos contratos comerciais. Dificilmente alguma nação africana fará parte do grupo – dado que a Líbia foi “relocalizada” e, agora, é parte das Arábias.

O Conselho Nacional de Transição aceitará – ou será forçado a aceitar – se, ou quando, a Líbia entrar em espiral de total caos. Mesmo assim não será produto fácil de vender internamente – com as furiosamente disparatadas facções dos ‘rebeldes da OTAN’ já empenhados freneticamente em consolidar seus respectivos feudos e prontas para saltarem, umas nos pescoços das outras.

Não se vê nem sinal, até aqui, de que o Conselho Nacional de Transição tenha qualquer ideia sobre o que fazer para administrar a complexa paisagem política dentro da Líbia, além das repetidas genuflexões ante o altar das nações membros da OTAN.

Guns e nada de roses

Na Líbia, praticamente toda a população está hoje armada até os dentes. A economia está paralisada. E já está em campo a mais feroz briga de gatos-do-mato pelo controle dos bilhões de dólares dos líbios congelados.

A tribo Obeidi está furiosa com o Conselho Nacional de Transição, porque não há nem sinal de investigação para saber quem matou o comandante militar do exército ‘rebelde’ Abdul Fattah Younis dia 29 de julho. Já ameaçaram fazer justiça pelas próprias mãos.

Os principais suspeitos do assassinato são os homens da Brigada Abu Ubaidah bin Jarrah – uma milícia islâmica fundamentalista linha duríssima que rejeitou a intervenção da OTAN, recusou-se a combater sob comando do Conselho Nacional de Transição e declarou “infiéis” o Conselho e a OTAN.

Há também a pergunta que tantos tentam afogar em petróleo: quando o ramo da al-Qaeda na Líbia, a nuvem de guerrilha islâmica conhecida como Grupo Islâmico de Combate na Líbia [ing. Lybia Islamic Fighting Group (LIFG)], organizará seu próprio golpe para derrubar o Conselho Nacional de Transição?

Por toda Trípoli veem-se os ecos gráficos do inferno das milícias armadas que se viu no Iraque. O general Abdelhakim Belhaj, que trabalhou para a CIA-EUA e foi prisioneiro da “guerra ao terror” –, original do círculo de Derna, o marco zero do fundamentalismo islâmico na Líbia – é o líder do novíssimo Conselho Militar de Trípoli.

Já houve acusações, feitas por outras milícias, de que Belhaj não combateu na ‘libertação’ de Trípoli e, portanto, tem de deixar o posto – verdade ou mentira, é o que o Conselho anda dizendo. Isso significa que, mais dia menos dia, a nuvem indefinida conhecida como LIFG-al-Qaeda estará empenhada num dos lados da guerra de guerrilhas que virá – contra o Conselho Nacional de Transição, contra outras milícias ou contra todos.

Em Trípoli, rebeldes de Zintan, nas montanhas do oeste do país, controlam o aeroporto. O banco central, o porto de Trípoli e o gabinete do primeiro-ministro são controlados por rebeldes de Misrata. Berberes da cidade de montanha de Yafran controlam a praça central de Trípoli, coberta com dísticos de “Revolucionários de Yafran”, escritos com spray. Todos demarcam claramente os respectivos territórios, como aviso.

Como o Conselho Nacional de Transição, como unidade política, já está se comportando como pato manco; como as milícias não sumirão no ar – não é preciso muita imaginação pra prever que a Líbia será um novo Líbano. No Líbano, a guerra começou quando toda a cidade dividiu-se, cada subúrbio de um grupo: ou sunitas, ou xiitas, ou cristãos maronitas, ou nasseristas ou druzos.

Além do mais, a libanização da Líbia também inclui a mortal tentação muçulmana – que se espalha como vírus por toda a Primavera Árabe.

Pelo menos 600 salafistas que combateram na resistência sunita iraquiana contra os EUA foram libertados pelos ‘rebeldes’ e deixaram a prisão de Abu Salim. É fácil prever que tirarão o máximo proveito possível das muitas Kalashnikovs e dos lança-granadas Sam-7, soviéticos, de ombro, para combate antiaéreo, aproveitando-os para reequipar sua milícia islâmica ultra linha-dura – sem se afastar de sua própria agenda e de sua própria guerra de guerrilhas.

Bem-vindos à nossa ‘democracia’ racista

A União Africana (US) não reconhecerá o Conselho Nacional de Transição. Está acusando os ‘rebeldes’ da OTAN de matar indiscriminadamente negros africanos, metidos todos num mesmo saco, identificados como “mercenários”.

Segundo Jean Ping, da União Africana, “o Conselho Nacional de Transição parece confundir pessoas de pele negra e mercenários (...) [Dão a impressão de que, para eles] todos os negros são mercenários. Um 1/3 da população líbia é negra. Para o Conselho Nacional de Transição, são todos mercenários.”

O pequeno porto de Sayad, 25 km a oeste de Trípoli, foi convertido em campo de refugiados para africanos negros apavorados com a nova “Líbia livre”. A organização Médicos sem Fronteira descobriu o campo dia 27 de agosto. Os refugiados dizem que, desde fevereiro, começaram a ser expulsos pelos donos das empresas e lojas onde trabalhavam, sempre acusados de serem mercenários – e, desde então, têm sido sistematicamente perseguidos.

Segundo a mitologia ‘rebelde’, o regime de Muammar Gaddafi seria protegido essencialmente por murtazaka (“mercenários”). A verdade é que Gaddafi empregou apenas um contingente de combatentes africanos negros – do Chad e do Sudão e tuaregues do Niger e do Mali. A maioria dos africanos negros subsaharianos que vivem na Líbia são trabalhadores migrantes, com empregos legais.

Para ver em que direção está andando essa coisa toda, é preciso olhar para o deserto. O imenso deserto líbio não foi conquistado pela OTAN. O Conselho Nacional de Transição praticamente não tem acesso a nenhuma gota d’água líbia e não chega a parte considerável do petróleo.

Gaddafi tem a chance de “trabalhar o deserto”, de negociar com várias tribos, de comprar e firmar a solidariedades delas e de organizar uma guerra de guerrilha de longo prazo.

A Argélia está envolvida em luta terrível contra a Al-Qaeda-no-Maghreb. Os 1.000 km da longa, porosa fronteira entre Argélia e Líbia continua aberta. Gaddafi pode facilmente plantar seus guerrilheiros no deserto do sul, com paraíso seguro na Argélia – ou até no Niger. Essa possibilidade já pôs o Conselho Nacional de Transição em estado de terror pânico.

A operação ‘humanitária’ da OTAN já despejou no mínimo 30 mil bombas sobre a Líbia, nos últimos poucos meses. Pode-se dizer com segurança que muitos milhares de líbios foram mortos nos bombardeios. O bombardeio não pára nunca: mais um pouco, os únicos alvos da OTAN serão os mesmos – civis e não civis – que, em teoria, há alguns dias, a OTAN estaria ‘protegendo’.

Um Grande Gaddafi derrotado pode vir a revelar-se muito mais perigoso que um Grande Gaddafi no poder. A verdadeira guerra está começando agora. Será infinitamente mais dramática – e será trágica. Porque agora será uma guerra norte-africana darwiniana, guerra de todos contra todos, na qual só o mais forte sobreviverá.

Tradução: Vila Vudu

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Cão de guarda do imperialismo e do sionismo, Anders Rasmussen, continuará bombardeando a Líbia

Enquanto os países imperialistas que covardemente atacam a Líbia dia e noite, para roubar petróleo e colocar um governo fantoche no poder – exatamente como fizeram no Iraque e Afeganistão -, o cão de guarda do imperialismo e do sionismo, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ex-premiê dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, afirmou que continuará a promover o assassinato massivo de civis inocentes na Líbia, seguindo com os bombardeios de vilas e cidades até matar o líder Muamar Kadafi.
Caso Kadafi não seja morto pelos ataques das potências ocidentais, Rasmussen promete destruir o país, assassinando toda a população da Líbia, graças ao apoio covarde e criminoso dos governos dos Estados Unidos, França e Inglaterra, os financiadores desse genocídio.
"Na Líbia, nossa operação se aproxima significativamente do êxito, mas ainda não estamos lá", disse o ex-premiê dinamarquês durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
A Otan afirma de forma hipócrita e mentirosa que implementa na Líbia as resoluções 1970 e 1973 aprovadas no primeiro semestre deste ano pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o objetivo principal de garantir a proteção dos civis com a criação de uma zona de exclusão aérea. Ora, qualquer idiota sabe que as resoluções da ONU fora desculpas esfarrapadas para iniciar uma guerra de ocupação da Líbia, dentro de uma nova filosofia de colonialismo respaldado pela mídia mercenária.
No entanto, de acordo com os determinantes expostos pelos líderes ocidentais que devem decidir, de fato, o fim das operações, não há um prazo concreto para que os jatos da Otan interrompam os ataques.
Na semana passada, numa conferência internacional sobre a Líbia em Paris, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, deixou claro que os ataques aéreos da Otan continuarão até que Kadafi seja assassinado. Além de roubar petróleo da Líbia e assassinar Kadafi, o presidente francês tenta esconder as provas de sua eleição fraudulenta a presidente da França, pois recebeu financiamento ilegal milionário da Líbia para sua campanha eleitoral.

BANI WALID

No front em território líbio, nesta segunda-feira os rebeldes ameaçavam atacar Bani Walid, após um novo fracasso das negociações sobre a rendição desta cidade que abriga forças leais ao líder Muamar Kadafi.
Depois de vários dias de negociações com os chefes tribais de Bani Walid, um oásis ao sudoeste de Trípoli, o principal negociador do CNT, Abdullah Kenchil, anunciou no domingo à noite que as negociações fracassaram, e que a Otan está liberada para despejar bombas e assassinar a maioria da população civil, como estão fazendo na cidade de Sirte. A ordem da Otan é uma só: ondea população civil não se render às potências ocidentais, será dizimada.
Após esses exemplos de barbárie e terrorismo de Estado por parte da Otan e dos governos de países imperialistas, a humanidade descobriu que está sendo governada por criminosos da pior espécie, e que a chamada “democracia ocidental” não passa de cortina de fumaça para esconder crimes contra a humanidade.

sábado, 3 de setembro de 2011

Filho de Kadafi está perto de Trípoli


Saif al-Islam tem viajado pelos arredores de Trípoli, reunindo-se com líderes tribais e preparando uma retomada da capital líbia

Saif al-Islam, filho de Muamar Kadafi, tem viajado pelos arredores de Trípoli, reunindo-se com líderes tribais e preparando uma retomada da capital líbia, disse o porta-voz do governo líbio nesta sexta-feira.
Numa conversa telefônica com a Reuters, falando de "um subúrbio ao sul de Trípoli", Moussa Ibrahim disse que o Conselho Nacional de Transição (CNT) não terá condições de governar o país depois de anunciar a tomada da capital, na semana passada, e sugeriu que os governos ocidentais reunidos na França estão participando de uma pantomima para entregar aos rebeldes o dinheiro roubado do povo líbio. Esse dinheiro, disse Moussa, “será a alegria e também a desgraça dos rebeldes, que vão guerrear entre eles porque lutam apenas pelo dinheiro, enquanto nós, o líder Muamar Kadafi e o povo da Líbia lutamos pela nossa terra, pela soberania da nossa nação. Então a nossa luta não termina, está apenas começando”.
Ele também apontou "a ironia" no fato de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ter se aliado a um combatente islâmico da Al Qaeda, e que agora afirma que estaria no comando militar de Trípoli. “É uma artimanha do imperialismo norte-americano para conflagrar a região, criar uma guerra religiosa, mas também nessa estratégia eles serão derrotados”.
Num tom tranquilo, o porta-voz não quis dizer com precisão onde estava, mas foi um número da Líbia que apareceu no identificador de chamadas do repórter, confirmando as palavras de Moussa Ibrahim.
"Eu me desloco bastante e não tenho conexão à Internet no momento", disse ele. "Na verdade", prosseguiu, "ainda ontem (quinta-feira) estive com o senhor Saif al-Islam ... num trajeto circundando Trípoli pelo sul."
Saif, que estudou em Londres e foi considerado durante anos o herdeiro político e ideológico de Kadafi, se reuniu com líderes tribais e outros apoiadores, para organizar a retomada de Trípoli.
"Ainda estamos muito fortes", afirmou ele, sem dizer tampouco qual era o paradeiro de Kadafi. “Uma revolução libertadora que completou 42 anos, Al Fateh, está no coração do povo, e estamos aguardando apenas o momento ideal para dar uma resposta efetiva aos mercenários e estrangeiros financiados pelo Ocidente que ousaram atacar a Líbia”.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

É guerra TOTAL (Marca Registrada), monsieur

Por Pepe Escobar

Os vencedores desse negócio “cinético” no norte da África (o governo Barack Obama jura que não é guerra) – descritos coletivamente como “Amigos da Líbia” [ing. Friends of Libya (FOL)] – mostravam-se risonhos, de excelente humor, ao se reunirem em Paris na 5ª-feira, sem ar condicionado, mergulhados nos odores potentes dos Brie e Roquefort, para celebrar jubilosamente a “operação” sancionada pela ONU e implementada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para derrubar o governo na Líbia.

Pode-se chamar de Guerra R2P (“Responsabilidade de Proteger a Pilhagem ocidental”); ou Guerra da Air France; ou Guerra da [empresa] TOTAL; seja como for, os “Amigos da Líbia” deitaram e rolaram, de olhos postos na divulgação ‘midiática’ de sua glória.

O Grande Libertador de Árabes, presidente Nicolas Sarkozy, o Neonapoleônico, festejava: “Cerramos fileiras com o povo árabe, em suas aspirações por liberdade”. Bahrainis, sauditas, iemenitas, para não falar de tunisianos e egípcios, têm muitos motivos para estar muito intrigados.

Sarkô acrescentou: “Dúzias de milhares de vidas foram poupadas, graças à intervenção”. Até os ‘rebeldes’ já divulgaram que houve pelo menos 50 mil mortos, com a OTAN ainda ocupada, bombardeando com selvageria.

O emir do Qatar afinal admitiu que Muammar Gaddafi, ainda foragido, não teria sido derrubado sem a OTAN. Mas acrescentou que a Liga Árabe poderia ter feito mais. De fato, fez: ofereceu um voto-álibi espúrio que abriu caminho para a aprovação da Resolução n. 1.973, redigida por franceses e britânicos.

O primeiro-ministro interino do Conselho Nacional de Transição [ing. Transitional National Council (TNC)] Mahmoud Jibril garantiu que “O mundo apostou nos líbios, e os líbios mostraram sua coragem e tornaram real o sonho”. “Mundo”, agora, significa “OTAN e umas poucas monarquias atrasistas do Golfo Persa”. Quanto ao resto, caluda.

Mas o mais sinistro, ator perfeito para o personagem, parece ter sido o secretário-geral da OTAN general Anders Fogh Rasmussen: “Não temos nenhum tipo de plano para intervir nos conflitos na Região”. E aí veio o inevitável “mas”: “Mas, em termos mais gerais, acho que se definiu um modelo. Demonstramos habilidade para agir em apoio às Nações Unidas e demonstramos habilidade para incluir parceiros externos da OTAN nesse tipo de operações”.

África e Oriente Médio, para nem falar de, na prática, quase todo o sul global, fiquem avisados: o imperialismo humanitário, sob o disfarce de R2P, é a nova lei do mundo.

Garantindo o butim

Horas depois do convescote à francesa, o diário Libération publicou em sua página na Internet uma carta datada de apenas 17 dias depois da Resolução n. 1.973. Na carta, o Conselho Nacional de Transição ratifica o acordo pelo qual cede nada menos que 35% da produção total de petróleo bruto da Líbia, em troca do apoio “humanitário” de Sarkô.

A carta é dirigida ao gabinete do emir do Qatar (rapaz de recados entre o Conselho Nacional de Transição e a França, desde o início) – com cópia para o então secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa – em papel timbrado da Frente Popular para a Libertação da Líbia.

O acerto confere exatamente com o que disse um funcionário de uma empresa de petróleo na Cyrenaica semana passada – que os “vencedores” da bonança do petróleo seriam as nações que, desde o início, apoiaram o Conselho Nacional de Transição.

Como era de esperar, houve dúzias de declarações para desmentir acordo, carta, tudo. O Quai d'Orsay – ministério de Relações Exteriores da França – disse que jamais ouvira falar de tal carta. Exatamente o mesmo, disse também Mansur Said al-Nasr, enviado especial do Conselho Nacional de Transição ao convescote em Paris. O homem do CNT na Grã-Bretanha, Guma al-Gamaty, acrescentou que todos os futuros contratos de petróleo serão distribuídos por “critérios de méritos”. E até a gigante francesa de energia, TOTAL, teve de se mexer: o presidente executivo da empresa, Christophe de Margerie, jurou que nunca discutiu negócios de petróleo com o CNT líbio.

Como se Sarkô e a empresa TOTAL fossem movidos por princípios altruístas, humanitários à moda de Rousseau, que jamais perderiam um segundo de tempo por causa de reles 44 bilhões de barris de petróleo.

Desde junho passado, a TOTAL já estava em Benghazi discutindo precisamente “petróleo”, com o CNT líbio. Já está em curso amarga “guerra de petróleo” intraeuropeia, entre a TOTAL e a italiana ENI.

A ENI – que opera na Líbia desde 1959 – já assinou acordo com o CNT para retomar os negócios e voltar imediatamente a fornecer combustível à Líbia – a ser pago futuramente, em petróleo. Quanto à TOTAL francesa, quer garantir fatia maior no bolo energético líbio; para isso, conta com receber novos contratos.

Deriva rumo às Arábias

É quase-oficial: a Líbia já não fica na África. Foi realocada (promovida?) para as Arábias. Talvez o rei saudita Abdullah tenha assinado o decreto, e ninguém nem percebeu.

Não há africanos nos “Amigos da Líbia” [ing. Friends of Lybia (FOL)]. A União Africana recusou-se a reconhecer o Conselho Nacional de Transição; só reconhecerá governo líbio se, por lá, aparecer governo legítimo.

Enquanto a OTAN seguia pela Air France – libertação vinda do céu, em classe executiva –, a União Africana desde o início clamou por um cessar-fogo, com início de negociações. Os “Amigos da Líbia” ignoraram imperialmente a União Africana.

É como se, hoje, só os africanos já soubessem que a missão de “proteger civis” da OTAN entrou em nova fase: bombardear Sirte – onde projéteis inteligentíssimos só matam apoiadores “do mal” (apoiadores de Gaddafi) camuflados em trajes civis, enquanto todas as boas pessoas escapam incólumes.

Também só os africanos parecem ter ouvido a ameaça de Ali Tarhouni – íntimo amigo do Qatar –, do Conselho Nacional de Transição; foi ameaça típica da era Vietnã. Falando das poucas cidades e regiões ainda leais a Gaddafi, Tarhouni disse que “Às vezes, para evitar derramamento de sangue, é preciso derramar sangue. Quanto mais depressa agirmos, menos sangue será derramado.”

Também provavelmente, só os africanos já sabem da limpeza étnica continuada, ininterrupta, da qual começam a aparecer cada vez mais notícias (não na imprensa-empresa), perpetrada pelos ‘rebeldes’. Como se o resto do mundo não soubesse que o povo da Cyrenaica sempre foi extremamente preconceituoso contra africanos subsaharianos.

Ou, quem sabe, só os africanos interpretaram corretamente a agenda dos “Amigos da Líbia” e viram ali, bem claros, o novo status da Líbia, de mal disfarçada colônia ocidental, e a fábula neo-Orwelliana do ‘imperialismo humanitário’.

Tradução: Vila Vudu

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Massacre imperialista via OTAN em Sirte



Pelo quinto dia consecutivo, aviões da OTAN estão despejando mísseis na cidade de Sirte, cidade natal de Muammar Gaddafi, não permitindo que ninguém escape. O perímetro da cidade é cercada por pontos de verificação rebelde, por trás da qual existem unidades de forças especiais da Grã-Bretanha, França, Qatar e Emirados Árabes Unidos. Mercenários regiamente pagos pelas monarquias árabes reacionárias, interessadas em criar mais uma monarquia fantoche na região.

A saída da cidade está completamente obstruída. Nem mulheres, nem as crianças são autorizados a sair. Homens, capturados tentando deixar a cidade, juntamente com suas famílias, são filmados, identificados e mandados de volta para a cidade sob bombardeio. Não há praticamente nenhuma forma de enterrar os cadáveres, afirmou em uma carta que foi recebida no site russo Argumenty.ru esta manhã. O autor da denúncia é de Ilya Korenev, ex-oficial das forças soviéticas e, mais tarde técnico em hidráulica que reside há decadas em Sirte.

O ex-oficial da antiga União Soviética, tenente-coronel aposentado Ilya Korenev, decidiu enviar a carta para que divulguem um verdadeiro massacre, crime de genocídio, que está sendo praticado em Sirte pela OTAN, sob os olhose cumplicidade da ONU.
Na cidade até agora nenhuma tropa, rebeldes ou das forças especiais estrangeiras se atreveram a entrar. Durante a noite havia pequenas provocações, a fim de tentar estabelecer a localização das tropas do governo. Vários esquadrões de rebeldes tentaram uma ação de sondagem na noite de reconhecimento, mas foram destruídos. Ao mesmo tempo, diversos aviões de reconhecimento não tripulados (UAV), aviões de espionagem chamados de “zangão”, cortam o ar a cada 2ou 3 horas para tentar localizar alvos militares ou defesas da cidade. Após os vôos não tripulados,a OTAN bombardeia indiscriminadamente, assassinando milhares de civis indefesos. No entanto, os defensores da cidade já se deslocaram para outros locais, escreve o tenente-coronel.

Segundo ele, "a situação assemelha-se ao terrível inverno de 95, em Grozny, Chechênia, quando a OTAN bombardeava tudo que se movia, sem a devida orientação ou sistemas de coordenadas precisas. A única diferença era que, então, a força aérea russa não tinha muito combustível, e os vôos não foram tão intensas como agora. No momento, a força aérea da OTAN está no ar quase o tempo todo ".