domingo, 26 de fevereiro de 2012

Manifestação de apoio ao governo da Síria na Igreja Ortodoxa São Jorge de Curitiba







Centenas de sírios, descendentes e brasileiros participaram neste domingo de uma manifestação em apoio ao governo do presidente sírio Bashar Al Assad na Igreja cristã Ortodoxa São Jorge de Curitiba, após a celebração de um culto ecumênico que contou com a presença de lideranças muçulmanas do Paraná, incluindo o xeique da Mesquita em Curitiba, Muhammad Jaafar Khalil. A missa foi celebrada pelo Arcebispo metropolitano de São Paulo e todo o Brasil, reverendo Dom Damaskinos Mansur.
Participaram da solenidade o cônsul geral da República Árabe da Síria em São Paulo, Dr. Ghassan Obeid, o reverendíssimo Dom Romanus Daoud, o cônsul da Síria para o Paraná e Santa Catarina, Dr. Abdo Abage, entre outras autoridades.
Durante o culto ecumênico o arcebispo de São Paulo falou que a Síria sempre defendeu a paz no mundo árabe e em todo o mundo.
O Comitê Árabe Brasileiro de Solidariedade esteve presente com os seguintes membros: Gamal Omairi e Omar Nasser do IBEI-PR, José Gil do Jornal Água Verde, Dilma Mello do Comitê de Solidariedade a RPD Coreia, Ualid da FEPAL, Darli da CEPAT, representantes do Partido Baath, escritor Youssef da Sociedade Sírio Libanesa, Moutih Ibrahim da Sociedade Beneficente Árabe Brasileira do Paraná, Javier do Centro Chê Guevara, professor Kiko e escritor Fábio Bacila do CEBRAPAZ-PR.

Entrevistas à imprensa
Diversos canais de televisão enviaram repórteres e jornalistas para cobrir a manifestação. O cônsul geral da Síria em São Paulo, Dr. Gassan Obeid, falou que os conflitos na Síria são produzidos por forças estrangeiras com o único objetivo de desestabilizar o governo de Bashar Al Assad que não apoia a política externa norte-americana na região. O cônsul da Síria no Paraná e Santa Catarina, Dr. Abdo Abage, declarou que os sírios e seus descendentes desejam o mais rápido possível que a paz seja restaurada na Síria, colocando fim aos confrontos e conflitos. O diretor da CEBRAPAZ-PR, professor Francisco de Assis França falou que “a imprensa ocidental mente diariamente sobre os conflitos na Síria. Os confrontos atuais são criados e financiados por países estrangeiros, como EUA, Israel, Arábia Saudita e Catar, para tentar fazer na Síria o que fizeram na Líbia, derrubar um governo legítimo e colocar em seu lugar uma marionete a serviço da política sionista na região. Todos os dias o exército sírio prende mercenários estrangeiros que estão explodindo bombas e promovendo sabotagens no país, financiados pelos governos dos países citados.”

Bandeiras
Durante as manifestações alguns participantes exibiram bandeiras da Rússia e da China, e cartazes agradecendo o apoio dos governos daqueles países. Algumas faixas denunciavam os atos terroristas praticados por mercenários estrangeiros em algumas cidades sírias.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Sirte na Líbia e Dresden na Alemanha: histórias comuns


Líbia - 25 de agosto de 2011 - "À meia-noite, uma formação de Tornados GR4s, que partiu da base da RAF (Royal Air Force) de Marham, em Norfolk, leste da Inglaterra, disparou uma salva de mísseis Storm Shadow contra edifícios residenciais na cidade natal de Kadafi, Sirte", afirma um comunicado do Exército líbio.
A TV estatal líbia, Al Jamariya, anunciou nesta quinta-feira em sua página no Facebook que a Otan estava bombardeando Sirte, atingindo alvos civis, entre os quais hospitais, escolas e rodovias.
A cidade abrigava os militares fiéis a Muamar Kadafi e resistiam heroicamente aos ataques das maiores potências militares do ocidente, lideradas pelos governos genocidas dos EUA, Inglaterra, França e Canadá.
Durante os “ataques humanitários” da Otan na Líbia foram assassinados mais de 200.000 líbios, entre homens, mulheres, velhos e crianças.

Alemanha - 25 de fevereiro de 1945 - Cerca de 2000 bombardeiros britânicos e norte-americanos destruiram a cidade de Dresden na Alemanha. A cidade era considerada “cidade aberta”, núcleo de refugiados alemães dos ataques selvagens da União Soviética. Os dados oficiais reduzem o número de vítimas, são manipulados. Na verdade - comprovada por fotografias -, mais de 500.000 civis indefesos foram assassinados em Dresden em uma noite. A guerra já estava perdida para a Alemanha, mas ainda assim os britânicos e norte-americanos decidiram riscar a cidade do mapa e promover um genocídio sem precedentes (ignorado pela história oficial, a história dos vencedores da guerra).
Mesmo com a cidade em ruínas, com milhares de civis escondidos sob os escombros, os pilotos britânicos e norte-americanos receberam ordens de despejar gasolina sobre a cidade. A maioria dos aviões despejou toneladas e toneladas de combustíveis sobre Dresden para que as pessoas – feridos, homens, mulheres, crianças e idosos – fossem queimados vivos.

Em comum, Dresden e Sirte tem a união dos mesmos inimigos lutando pelo mesmo objetivo: destruir aqueles que não se dobraram ao imperialismo e ao sionismo.
Em comum, Dresden e Sirte tem milhares e milhares de civis indefesos covardemente assassinados, sem direito à resistência, sucumbindo diante de forças poderosas e armas modernas.
Em comum, Dresden e Sirte tem a pasmaceira universal, o silêncio criminoso da mídia, a traição dos jornalistas covardes, a submissão dos políticos corruptos ao sistema financeiro internacional controlado e dominado por sionistas.
A conclusão é a seguinte: “o mundo é governado pelo demônio, e o demônio (sionismo?) governa os EUA”, disse certa vez o Ayatolá Komeini, libertador da República islâmica do Irã. “os sionistas que dominam os EUA são os adoradores do bezerro de ouro”, afirmou o padre Erik Smith. Ambos, muçulmanos e cristãos, tem em comum a clareza de identificar os verdadeiros inimigos da humanidade com precisão e certeza.

O autor, Marcos Mueler, é membro da Associação dos Apoiadores do Livro Verde no Brasil

Al-Qaeda da Líbia está lutando na Síria



O diário espanhol ABC publicou o testemunho de seu enviado especial à Síria, o conhecido repórter fotógrafo Daniel Iriarte. O jornalista declara ter estado dentro do Exército Sírio Livre (SFA Syrian Free Army por suas siglas em inglês) e ter entrevistado responsáveis pela Al-Qaeda na Líbia.

Por Daniel Iriarte
O miliciano Brahim está preocupado. "Há um controle do Exército na entrada da rodovia", disse a camponesa, o que significa que as rotas de saída estão cortadas. Nós temíamos algo assim, por isso os pouquíssimos repórteres estrangeiros decidiram sair da Síria, perante o risco de acabarem presos. Mas parece que chegamos tarde. Finalmente, quando anoitece, Brahim encontra uma solução. Mobiliza três automóveis que, conduzidos às escuras, procuram uma rota alternativa. Após horas de espera, conseguem fazer-nos cruzar as linhas inimigas por outro ponto. Brahim se ri, satisfeito: "O Exército Sírio Livre encontrou uma saída!", disse. O comboio nos leva até uma casa de campo onde nos espera outro grupo que será evacuado conosco. E então chega a surpresa: trata-se de três líbios que, em suas próprias palavras, vieram não para combater, mas sim para "avaliar as necessidades dos irmãos revolucionários sírios". Os líbios não intencionam ocultar suas identidades. Trata-se de homens próximos a Abdelhakim Belhadj, atual governador militar de Trípoli e antigo yihadista, relacionado com a Al Qaeda no passado.
Um deles é velho conhecido dos repórteres que cobriram a guerra da Líbia: Mehdi al-Hatari, o antigo comandante da Brigada de Trípoli, que desempenhou um papel fundamental na tomada da capital e na queda de Khadaffi. O segundo, Adem Kikli, disse que trabalha para Belhadj, e está há quase duas décadas exilado no Reino Unido. O terceiro, Fuad, parece ser um guarda-costas. "Estamos aqui por iniciativa própria e pessoal, não por ordem de ninguém", assegura Adem. E sublinha que Harati renunciou publicamente ao seu posto em Trípoli em 11 de outubro passado. Adem, além disso, afirma que esteve com outros líbios, "algumas dezenas", que se deslocaram para a Síria por sua conta para ajudar os insurgentes.
Harati, não há dúvida, é um homem de ação. O personagem mudou sua luta após participação na Flotilha de Gaza na primavera de 2010. "Fui ferido no assalto ao Mavi Marmara, e estive nove dias num cárcere de Tel Aviv", conta-nos. Em fevereiro, Harati, que vive em Dublin e tem passaporte irlandês, despediu-se de sua mulher e filho e, junto com outros líbios exilados na Irlanda, dirigiu-se à Líbia. Ali criou a Brigada de Trípoli, um grupo de lutadores de elite, treinados por assessores do Qatar, que combateu ferozmente na batalha final pela capital.

ABC, constatou, além disso, sua presença por lugares como Bahrein, Sudão e Ancara, com propósitos não-esclarecidos. Há pouco, Harati se viu implicado num estranho episódio, quando, segundo seu relato, uma quadrilha de ladrões assaltou sua casa, roubando muitas jóias e 200.000 libras esterlinas (uns 238.000 euros). Harati disse à Polícia que uma grande quantidade de dinheiro lhe havia sido entregue por um agente da CIA para financiar a luta de seu grupo contra Khadaffi. O combatente deixou essas 200.000 libras com sua mulher, caso algo ocorresse a ele, e o resto levou para a Líbia.
Enquanto fugíamos até a fronteira, os líbios foram dando algumas dicas de sua presença na Síria. "Se dependesse de nós, enviaríamos as armas para os sírios amanhã. Nós já não necessitamos mais", explica Harati. "Mas teria que entrar pela Turquia, e os turcos não podem autorizar porque não há consenso dentro da OTAN", assegura. Já na fronteira, os três líbios dizem que voltam a sua pátria. Assim nos asseguram.

Ações armadas na Síria visam derrubar o governo
Os constantes ataques contra militares e a população civil da Síria demonstram claramente que trata-se de grupos estrangeiros armados e financiados pelos governos dos EUA, Israel, Inglaterra, Qatar e Arábia Saudita, com o único objetivo de tentar derrubar o governo sírio e colocar em seu lugar um fantoche a serviço dos criminosos interesses israelenses na região.
O presidente Bashar El Assad não se dobra aos interesses espúrios dos governos de Israel e EUA, e por isso está sendo atacado diariamente, inclusive pela mídia ocidental.
A recente sabotagem ao oleoduto de Homs por mercenários estrangeiros demonstra que trata-se de uma ação coordenada por militares experientes. Entretanto, ainda existem "jornalistas" ocidentais capazes de semear dúvidas se a ação teria sido realizada pelo próprio governo sírio. Isso não é jornalismo: é subserviência da pior espécie aos maiores criminosos da humanidade, os sionistas e imperialistas.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

OS ROTHSCHILDS QUEREM OS BANCOS DO IRÃ


Pode ser que, ganhar o controle do Banco Central da República Islâmica do Irã, seja uma das principais razões porque o Irã está sendo alvo dos poderosos ocidentais e israelenses? Enquanto as tensões estão progredindo para uma impensável guerra contra o Irã, vale a pena perscrutar o sistema bancário iraniano comparado com os equivalentes britânico e israelense.

Alguns pesquisadores sustentam que o Irã é um dos três países que restam no planeta cujo banco central não está sob o controle dos Rothschild. Antes do ´11 de setembro´ haviam declaradamente sete: Afeganistão, Iraque, Sudão, Líbia, Cuba, Coréia do Norte e Irã. Por volta de 2003, no entanto, o Afeganistão e o Iraque foram engolidos pelo polvo Rothschild, e em 2011 o Sudão e a Líbia também foram. Na Líbia, um banco Rothschild foi implantado em Benghazi enquanto o país estava ainda em guerra.

O Islã proíbe a usura, a prática de cobrança excessiva, injustificadamente elevada, e geralmente taxas de juros ilegais nos empréstimos, e este é o maior problema para o sistema bancário dos Rothschilds. Até poucas centenas de anos atrás a usura também era proibida pelo mundo cristão e era até punida com a morte. Era considerada exploração e escravatura.

Desde que os Rothschilds assumiram o controle do Banco da Inglaterra por volta de 1815, eles têm expandido seu controle bancário sobre os países do mundo. O método deles tem sido conseguir que políticos corruptos do país aceitem empréstimos massivos, que nunca possam ser pagos, e assim ficam devendo aos poderosos bancos Rothschild. Se um líder se recusa a aceitar o empréstimo, ele geralmente é expulso ou assassinado. E se isso falhar, invasões podem ser o próximo passo, e assim é estabelecido um banco Rothschild baseado na usura.

Os Rothschilds exercem poderosa influência sobre as novas agências mundiais. Pela repetição, as massas são erroneamente levadas a acreditar em estórias horríveis de vilões demoníacos. Os Rothschilds – família de judeus sionistas - controlam o Banco da Inglaterra, o Banco Central dos EUA, o Banco Central Europeu, o FMI, o Banco Mundial e o Banco de Compensações Internacionais. Também possuem a maior parte do ouro do mundo tanto quanto o Gold Exchange de Londres, que estabelece o preço do ouro todos os dias. Dizem que esta família é dona da metade da riqueza do planeta – estimada pelo Credit Suisse em US$ 231 trilhões – e é controlada por Evelyn Rothschild, a atual cabeça da família.

Pesquisadores imparciais afirmam que o Irã não está sendo demonizado por ser uma ameaça nuclear, assim como não eram uma ameaça o Talibã, o Iraque de Saddam Hussein e a Líbia de Muammar Kadafi.

Então qual é a verdadeira razão? Serão os trilhões a serem ganhos com petróleo, ou os trilhões em ganhos com a guerra? É para quebrarem a economia dos EUA, ou para começar a III Guerra Mundial? É para destruir os inimigos de Israel, ou para destruir o banco central do Irã de forma que não reste mais ninguém para desafiar o poder financeiro dos Rothschild?

Pode ser qualquer uma dessas razões ou, pior – pode ser todas elas.

Autor: Pete Papaherakles

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Oficial da Arábia Saudita é preso na Síria participando de atentados terroristas



Fontes do governo da Síria apresentaram à imprensa um oficial do Serviço de Inteligência do Reino da Arábia Saudita, identificado como Naser Al Arighi, capturado durante um enfrentamento entre militares do exército sírio e grupos armados na cidade de Homs, a 140 km ao norte de Damasco, capital da Síria.
O grupo do saudita faz parte dos grupos terroristas de mercenários estrangeiros, equipados com armas pesadas, que pretendiam destruir as barreiras de segurança criadas pelo exército sírio. Naser Al Arighi comandava um desses grupos terroristas que agiram em Homs, informou a agência iraniana de notícias.
Os reinos da Arábia Saudita e Qatar contratam mercenários e enviam armas para criar uma guerra civil na Síria, para derrubar o presidente Bashar Al-Asad, dentro de uma estratégia militar que envolve os serviços de segurança dos Estados Unidos da América, Israel e Inglaterra. O objetivo é criar um governo fantoche na Síria, subserviente aos interesses criminosos do governo sionista de Israel e do imperialismo norte-americano.
O povo sírio tem se manifestado em reiteradas ocasiões, protestando contra a ingerência de outros países nos assuntos internos do país, e tem expressado em manifestações públicas nas maiores cidades do país apoio incondicional ao governo de Damasco, em suas ações para enfrentar os grupos de mercenários estrangeiros que buscam instaurar o caos no país, assassinando civis e militares sírios.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A agenda da Liga Árabe para a Síria

Eis aqui, em ritmo de curso intensivo, uma síntese das maquinações ‘democráticas’ da Liga Árabe – de fato, Liga do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), porque quem realmente manda nessa organização pan-árabe são duas das seis monarquias do Golfo Persa que integram o CCG, também conhecido como Clube Contrarrevolucionário do Golfo, a saber: o Qatar e a Casa de Saud.

O CCG criou um grupo na Liga Árabe para monitorar o que se passa na Síria. O Conselho Nacional Sírio – baseado na opinião de Turquia e França, países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – apoiou com entusiasmo a iniciativa. Não por acaso e muito significativamente, o Líbano, vizinho da Turquia, não aprovou a constituição do tal grupo de ‘monitores’.

Quando os mais de 160 monitores, depois de um mês de investigações, publicaram seu relatório... Surpresa! O relatório não repetia a versão do CCG – segundo a qual o governo de Bashar al-Assad-do-Mal estaria unilateralmente e indiscriminadamente, matando o próprio povo, o que tornaria absolutamente necessária e urgente uma ‘mudança de regime’.

O Comitê Ministerial da Liga Árabe já aprovara o relatório, por quatro votos a favor (Argélia, Egito, Sudão e Omã, membro do CCG) é só um voto contrário (adivinhem: claro, o Qatar – atualmente na presidência da Liga Árabe, porque o emirado comprou da Autoridade Palestina o turno, na presidência rotativa da instituição).

Então aconteceu que o relatório foi ou completamente ignorado (pela mídia-empresa ocidental) ou detonado sem piedade (pela mídia árabe que, praticamente toda ela, é financiada ou pela Casa de Saud ou pelo Qatar). O relatório não foi sequer discutido – porque o Conselho de Cooperação do Golfo impediu que, traduzido do árabe ao inglês, fosse publicado no website da Liga Árabe.

Até que, afinal, o relatório vazou. Pode ser lido em inglês, na íntegra, em http://www.columbia.edu/~hauben/Report_of_Arab_League_Observer_Mission.pdf.

O documento é absolutamente claro e assertivo: não há nenhum tipo de repressão letal organizada pelo governo sírio contra manifestantes pacíficos. Em vez disso, o relatório denuncia as muitas gangues armadas como responsáveis pela morte de centenas de civis e de mais de mil soldados do exército sírio, em atentados organizados e letais (explosões de ônibus de transporte de civis, ataques a bomba contra trens carregados de óleo diesel, ataques a bomba contra ônibus de transporte de policiais e ataques a bomba contra pontes e oleodutos).

O relatório não confirma a versão oficial distribuída pelo CCGOTAN para o caso sírio, de levante popular esmagado por tanques e balas. Na mesma direção do relatório, também Rússia e China, do grupo BRICS, e muitos países do mundo em desenvolvimento veem o governo sírio em luta de resistência contra grupos de mercenários estrangeiros pesadamente armados. O relatório caminha na direção de confirmar essas suspeitas.

O Conselho Nacional Sírio é constituído de ‘irmãos’ da Fraternidade Muçulmana aliados à Casa de Saud e ao Qatar –, que recebem também o discreto e incômodo apoio de Israel, nos bastidores. Legitimidade não é o forte do CNS. Quanto ao Exército Sírio Livre (ESL), há desertores e há quem se oponha ao regime de Assad, mas, sobretudo, o ESL está infestado de mercenários estrangeiros armados pelo Conselho de Cooperação do Golfo, especialmente gangues salafistas.

Seja como for, o CCGOTAN, impedido de aplicar na Síria o modelão padrão de implantar ‘democracia’ à custa de bombardear até destruir o país sendo isso necessário para livrar-se do ditador-do-mal proverbial, não se deixará paralisar. A Casa de Saud e o Qatar, líderes do CCG, já desmentiram e desqualificaram o próprio relatório dos próprios monitores, e já partiram, desembestados, para decidir, de vez, a questão: trabalham hoje para impor mudança de regime na Síria, como interessa ao CCGOTAN, usando o Conselho de Segurança da ONU como seu instrumento.

Assim se vê claramente que o atual movimento “liderado pelos árabes para assegurar solução pacífica a dez meses de conflitos” na Síria, através da ONU, nada é além de evidente tentativa de derrubar o governo sírio, o que se chama hoje ‘mudança de regime’. A discussão prossegue.

Até aqui, os suspeitos de sempre – Washington, Londres e Paris – já foram obrigados a garantir à comunidade internacional que não se trata de obter autorização da ONU para que a OTAN destrua a Síria como destruiu a Líbia. A secretária de Estado Hillary Clinton defende o golpe como “uma via para transição política, que preservará a unidade e as instituições sírias”.

Mas Rússia e China, dois BRICS, estão vendo as coisas como as coisas são. Um terceiro BRICS – a Índia – além do Paquistão e da África do Sul, também já levantou sérias objeções ao projeto de resolução que o CCGOTAN tenta impor ao Conselho de Segurança da ONU.

Não haverá outra zona aérea de exclusão à moda líbia; afinal, o regime de Assad não está usando aviões Migs contra civis. Qualquer resolução para mudança de regime na Síria será vetada por Rússia e China. O próprio bloco CCGOTAN está desarranjado, porque os diferentes subgrupos – Washington, Ancara e o duo Casa de Saud/Doha – têm diferentes agendas geopolíticas de longo prazo. Isso, para nem falar de um parceiro comercial e vizinho crucialmente importante da Síria, o Iraque, que também se opõe a qualquer esquema para mudança de regime.

Tudo isso considerado... Por que a Casa de Saud e o Qatar, tão interessados em ‘democracia’ na Síria... Por que não usam todo o seu imponente arsenal de armas norte-americanas para, na calada da noite – como fizeram no Bahrain – invadir a Síria e executar a tal ‘mudança de regime’, eles mesmos?

Autor: Pepe Escobar

Tradução: Vila Vudu