quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Al-Qaeda da Líbia está lutando na Síria



O diário espanhol ABC publicou o testemunho de seu enviado especial à Síria, o conhecido repórter fotógrafo Daniel Iriarte. O jornalista declara ter estado dentro do Exército Sírio Livre (SFA Syrian Free Army por suas siglas em inglês) e ter entrevistado responsáveis pela Al-Qaeda na Líbia.

Por Daniel Iriarte
O miliciano Brahim está preocupado. "Há um controle do Exército na entrada da rodovia", disse a camponesa, o que significa que as rotas de saída estão cortadas. Nós temíamos algo assim, por isso os pouquíssimos repórteres estrangeiros decidiram sair da Síria, perante o risco de acabarem presos. Mas parece que chegamos tarde. Finalmente, quando anoitece, Brahim encontra uma solução. Mobiliza três automóveis que, conduzidos às escuras, procuram uma rota alternativa. Após horas de espera, conseguem fazer-nos cruzar as linhas inimigas por outro ponto. Brahim se ri, satisfeito: "O Exército Sírio Livre encontrou uma saída!", disse. O comboio nos leva até uma casa de campo onde nos espera outro grupo que será evacuado conosco. E então chega a surpresa: trata-se de três líbios que, em suas próprias palavras, vieram não para combater, mas sim para "avaliar as necessidades dos irmãos revolucionários sírios". Os líbios não intencionam ocultar suas identidades. Trata-se de homens próximos a Abdelhakim Belhadj, atual governador militar de Trípoli e antigo yihadista, relacionado com a Al Qaeda no passado.
Um deles é velho conhecido dos repórteres que cobriram a guerra da Líbia: Mehdi al-Hatari, o antigo comandante da Brigada de Trípoli, que desempenhou um papel fundamental na tomada da capital e na queda de Khadaffi. O segundo, Adem Kikli, disse que trabalha para Belhadj, e está há quase duas décadas exilado no Reino Unido. O terceiro, Fuad, parece ser um guarda-costas. "Estamos aqui por iniciativa própria e pessoal, não por ordem de ninguém", assegura Adem. E sublinha que Harati renunciou publicamente ao seu posto em Trípoli em 11 de outubro passado. Adem, além disso, afirma que esteve com outros líbios, "algumas dezenas", que se deslocaram para a Síria por sua conta para ajudar os insurgentes.
Harati, não há dúvida, é um homem de ação. O personagem mudou sua luta após participação na Flotilha de Gaza na primavera de 2010. "Fui ferido no assalto ao Mavi Marmara, e estive nove dias num cárcere de Tel Aviv", conta-nos. Em fevereiro, Harati, que vive em Dublin e tem passaporte irlandês, despediu-se de sua mulher e filho e, junto com outros líbios exilados na Irlanda, dirigiu-se à Líbia. Ali criou a Brigada de Trípoli, um grupo de lutadores de elite, treinados por assessores do Qatar, que combateu ferozmente na batalha final pela capital.

ABC, constatou, além disso, sua presença por lugares como Bahrein, Sudão e Ancara, com propósitos não-esclarecidos. Há pouco, Harati se viu implicado num estranho episódio, quando, segundo seu relato, uma quadrilha de ladrões assaltou sua casa, roubando muitas jóias e 200.000 libras esterlinas (uns 238.000 euros). Harati disse à Polícia que uma grande quantidade de dinheiro lhe havia sido entregue por um agente da CIA para financiar a luta de seu grupo contra Khadaffi. O combatente deixou essas 200.000 libras com sua mulher, caso algo ocorresse a ele, e o resto levou para a Líbia.
Enquanto fugíamos até a fronteira, os líbios foram dando algumas dicas de sua presença na Síria. "Se dependesse de nós, enviaríamos as armas para os sírios amanhã. Nós já não necessitamos mais", explica Harati. "Mas teria que entrar pela Turquia, e os turcos não podem autorizar porque não há consenso dentro da OTAN", assegura. Já na fronteira, os três líbios dizem que voltam a sua pátria. Assim nos asseguram.

Ações armadas na Síria visam derrubar o governo
Os constantes ataques contra militares e a população civil da Síria demonstram claramente que trata-se de grupos estrangeiros armados e financiados pelos governos dos EUA, Israel, Inglaterra, Qatar e Arábia Saudita, com o único objetivo de tentar derrubar o governo sírio e colocar em seu lugar um fantoche a serviço dos criminosos interesses israelenses na região.
O presidente Bashar El Assad não se dobra aos interesses espúrios dos governos de Israel e EUA, e por isso está sendo atacado diariamente, inclusive pela mídia ocidental.
A recente sabotagem ao oleoduto de Homs por mercenários estrangeiros demonstra que trata-se de uma ação coordenada por militares experientes. Entretanto, ainda existem "jornalistas" ocidentais capazes de semear dúvidas se a ação teria sido realizada pelo próprio governo sírio. Isso não é jornalismo: é subserviência da pior espécie aos maiores criminosos da humanidade, os sionistas e imperialistas.

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