segunda-feira, 30 de maio de 2011

Embaixador da Líbia faz revelações sobre os reais motivos dos ataques ao país



O Embaixador Salem Omar Zubeidy compareceu à ABI - Associação Brasileira de Imprensa a convite da Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Casa, numa iniciativa articulada pelo Conselheiro Mário Augusto Jakobskind. No início da sua palestra (realizada em inglês, com o auxílio de uma intérprete, porque o embaixador alegou dificuldade para se expressar em português) ele agradeceu a oportunidade de “poder conversar com um segmento do povo brasileiro, e, particularmente, os progressistas da imprensa” (referindo-se à ABI).

Antes de entrar em detalhes sobre os últimos acontecimentos que vêm ocorrendo na Líbia, Zubeidy fez um retrospecto histórico sobre o seu país, localizado no Norte da África:
— A Líbia é um lugar que fica no centro das civilizações, conectando a Ásia à América Latina e a Europa à África. Portanto, sempre foi um objeto de invasões de diferentes civilizações, que acabaram enriquecendo a nossa cultura, disse o embaixador.

Mas Zubeidy fez questão de ressaltar que as relações com os estrangeiros nem sempre foram amistosas. Segundo ele, devido à importância da Líbia no continente africano, os invasores queriam usar o país como fornecedor de recursos. “Isso vinha acontecendo desde os fenícios, continuou com os romanos, turcos, espanhóis e os italianos”, disse o embaixador.

De acordo com o Embaixador Salem Omar Zubeidy uma das lutas mais difíceis travadas pela Líbia foi contra a colonização italiana, que durou 132 anos. Disse o convidado que ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o país tornou-se protetorado dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Em 1951, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) a Líbia tornou-se independente. A independência foi alcançada em 24 de dezembro daquele ano, um reino foi constituído e o trono foi assumido pelo Rei Idris I.

Idris I governou a Líbia até 1º de setembro de 1969, quando foi derrubado pela revolução liderada por Muamar Kadafi. Segundo Salem Omar Zubeidy, o reinado do primeiro rei da Líbia foi desastroso e causou muita insatisfação em vários segmentos da população:
— Ele concedeu cinco bases militares aos Estados Unidos, três à Grã-Bretanha na parte leste e permitiu a entrada na Líbia de mais de meio milhão italianos. O seu sistema de Governo era corrupto, as decisões políticas eram tomadas fora do país pelos italianos que tinham líbios trabalhando para eles em suas fazendas. Isso causou muita insatisfação, afirmou Salem Omar Zubeidy.

Contrariando a teoria da Oposição e dos observadores internacionais, Salem Omar Zubeidy disse que no sistema de Governo de Muamar Kadafi, que completou 42 anos no poder, toda a autoridade legislativa e executiva repousa nas mãos do povo:
— Politicamente, desde 1977, o país é controlado pelo povo líbio, por meio das Assembléias Populares que tomam as decisões legislativas e os Comitês Populares, que são selecionados livremente pela população. São esses organismos que levam a cabo as decisões de organizações de base, em níveis local, regional e nacional, afirmou o embaixador.

De acordo com Salem Omar Zubeidy, um ano depois do golpe todas as forças estrangeiras foram expulsas da Líbia. Com isso foi retomada a direção da economia do país, cujo monopólio era dos italianos. A revolução nacionalizou os bancos e as empresas estrangeiras, principalmente aquelas ligadas à indústria do petróleo.

Disse o embaixador que a luta pela libertação da Líbia significava também que os países árabes teriam que ser libertados assim como os Estados africanos, de maneira a assegurar apoio aos movimentos de libertação em todo o mundo, a exemplo do que aconteceu na própria África, na Ásia e no Leste europeu.

Um dado curioso revelado por Zubeidy é de que um dos princípios que nortearam a revolução é de que se tratava de um movimento nacionalista que pretendia servir de exemplo para outros países colonizados tanto na África, quanto no Oriente Médio. Isso levou a Líbia a financiar o movimento palestino com verbas e treinamento até que a Palestina decidiu conversar sobre a paz com Israel, país que o Governo líbio se recusa a reconhecer como um Estado nacional:
— Não pelo fato de serem judeus, mas porque consideramos um Estado racista que está invadindo parte dos países árabes. Apesar de os palestinos estarem conversando com Israel que ainda está bombardeando casas na Palestina. Não existe nenhuma intenção de paz, afirmou Zubeidy.

Armas e cooperação

Em um trecho da sua palestra Salem Omar Zubeidy tocou em um ponto que tem sido motivo de preocupação das principais nações do Ocidente: os programas de armas de destruição em massa. Disse que o Governo líbio chegou à conclusão de que esse tipo de armamento não deve mais ser utilizado, por isso a Líbia deixou de dar ajuda a programas desse gênero. Desde 1988, o país não faz mais esse tido de investimento, segundo o embaixador:
— A decisão de abandonar os programas de armamentos foi baseada na cooperação com o Ocidente. Em troca eles nos dariam energia para fins pacíficos e ajuda em projetos econômicos. Além dos programas de cooperação com outros países africanos, assinamos vários acordos com o Ocidente, Oriente e América Latina, incluindo o Brasil, por meio da Petrobras e das construtoras Odebrecht e Queiroz Galvão, declarou Zubeidy.

Essa iniciativa de abertura de diálogo foi lucrativa para a Líbia, que passou a fazer parte da comunidade internacional, alcançando investimentos na área de infra-estrutura no valor de US$ 400 milhões. Mas o embaixador reclama que mesmo a Líbia tendo desistido dos programas de armamentos, permitido a entrada no país de delegações de investidores estrangeiros e promovendo a liberdade de expressão, “o mundo ocidental inventou um novo motivo para a atacar o país, porque expulsamos as bases estrangeiras do nosso território”.

Esse foi o motivo que levou Khadafi a criticar a ONU “por não estar fazendo o seu trabalho”. Segundo o embaixador, o Governo da Líbia reiterou suas críticas às Nações Unidas concentrando em um ponto: a cooperação Sul-Sul, que para os líbios deveria ser tão forte quanto a do Norte:
— Ao propor o uso de recursos para esse desenvolvimento, Kadafi não estava se confrontando com a Otan. Ele propôs uma cooperação em relação à segurança e à paz no Sul. No ano passado promovemos mais de três cúpulas na Líbia nesse sentido. Uma entre os países árabes, um encontro da Europa com a África e a cúpula com os países asiáticos, afirmou Zubeidy.

Salem Omar Zubeidy adiantou que em setembro de 2011 haverá uma cúpula da África com a América do Sul na Líbia. Uma das propostas que será apresentada pelo seu país no encontro é a criação dos Estados Unidos da África, que seria um órgão dedicado a cuidar dos assuntos externos de interesse dos países do continente, com um Banco Central e uma moeda única, além de uma força militar própria para cuidar da defesa:
— Na última cúpula da União Africana, Khadafi já se manifestava em favor da criação dos Estados Unidos da África, visando a melhorar a competição com outros hemisférios. Uma vez que esse tipo de Governo venha a se tornar mais competitivo com os Estados Unidos, eles teriam menor poder político, disse o embaixador.

Al-Jazeera

Segundo Zubeidy, as críticas manifestadas por Kadafi na ONU contribuíram para que se “reinventasse” o ódio contra ele. Citando as rebeliões deflagradas na Tunísia e no Egito, o embaixador disse que os levantes semelhantes que ocorreram na Líbia são fruto de uma conspiração:
— Não sabíamos que as intenções com relação a nós eram piores do que na Tunísia e no Egito. Foi uma conspiração iniciada em 2009, depois do discurso de Kadafi na ONU. O verdadeiro motivo é calar o seu sistema, disse o diplomata.

Zubeidy disse que não se pode comparar as motivações das rebeliões que ocorreram na Tunísia e no Egito com o que vem acontecendo a Líbia, porque as populações daqueles países não têm sido atendidas nas suas necessidades básicas, e por isso estão lutando por melhores condições de vida:
— Na Líbia é diferente. As condições são melhores e os padrões de vida da população são mais altos. Basta olhar os índices econômicos internacionais e comparar com os da Líbia que são considerados os melhores da África e do mundo árabe. Incluindo que a saúde e a educação são gratuitas. Os líbios estão orgulhosos do seu país, disse o embaixador.

Para Zubeidy é um grande erro insistir na comparação da rebelião que eclodiu na Líbia com as que ocorreram no Norte da África e no Oriente Médio. E novamente acusou a CIA de ter-se aproveitado da realização de uma manifestação pacífica na cidade de Benghazi, em frente ao Consulado italiano, para insuflar os manifestantes, em um triste episódio que contou com a participação de atiradores de elite que dispararam contra as pessoas.

O embaixador argumentou que a Líbia está enfrentando duas guerras: uma com a mídia e a outra com a rebelião. Ele acusa a rede de televisão Al Jazeera de estar por trás de um desses conflitos:
— A guerra da mídia é capitaneada pela Al Jazeera e começou desde o início a enviar notícias falsas e fabricação de dados e imagem indicando que o Exército líbio estava matando pessoas em Benghazi. Diziam que os líbios seriam dizimados se o Conselho de Segurança da ONU não interviesse na questão. Essa guerra da mídia não é sem propósito, foi parte de uma conspiração porque a Liga Árabe, através do Catar e Emirados Árabes, sede da Al Jazeera, foi constituída para estabelecer desunião entre árabes e israelitas, afirmou Salem Omar Zubeidy.

De acordo com Zubeidy, o principal objetivo dessa estratégia é pressionar a Líbia. Ele acusou também os príncipes do Golfo Pérsico, chamando-os de “fantoches dos americanos, que se tornaram parte da conspiração, que começou com a Al Jazeera e contaminou a mídia ocidental”, que passou a reproduzir as informações que eram passadas pelo canal de TV”.

Ataques

Referindo-se aos conflitos armados na cidade de Benghazi, o embaixador líbio disse que havia um acordo para que fosse evitado um massacre de civis na parte Leste do país, e que caberia ao Conselho de Segurança da ONU estabelecer uma zona de proteção. Segundo Zubeidy, esse acordo não foi cumprido. Caberia à Liga Árabe tentar soluções pacíficas para o conflito, caso isso não funcionasse a organização deveria recorrer à União Africana, entre da região para ajudá-la nesse sentido.

Disse o diplomata que no caso da Líbia, diferentemente do que ocorreu no Iêmem e no Barein, onde, primeiramente, foram tentadas negociações e meios pacíficos, o então Secretário Geral da Liga Árabe, o líbio Abdel Monein Alhoni, influenciado pelos xeiques do Golfo, sem o voto da maioria, recorreu ao Conselho de Segurança da ONU, afirmou:
— O Conselho não enviou um representante para fazer a devida verificação do que estava acontecendo, porque o representante da Liga Árabe era parte da conspiração na ONU. Ele dizia que o povo no seu país estava sendo assassinado. Então o Conselho da ONU decidiu pensando que as pessoas estavam sendo eliminadas, afirmou Zubeidy.

Ele acrescentou que a Líbia não pode recorrer porque o representante da própria Líbia, na ocasião, tinha votado pela implantação da medida. O embaixador negou que os aviões líbios tenham feito ataques a alvos civis em Benghazi, afirmando que as acusações e os fundamentos das resoluções da ONU que foram adotados são falsos.

Zubeidy disse que é responsabilidade do Estado manter a ordem no país, e mais uma vez falou que a rebelião é uma conspiração. Como prova, ele disse que o Governo da Líbia descobriu há uma semana o envio aos rebeldes de armamentos militares vindos do exterior:
— Os rebeldes invadiram as cidades onde estão as refinarias de petróleo, os portos e as regiões do Oeste da Líbia. Quando descobrimos a conspiração queríamos libertar essas cidades, declarou.

Zubeidy voltou a atacar a mídia, dizendo que infelizmente esses fatos não são mostrados pelos veículos internacionais, inclusive reclamou da postura de alguns jornais brasileiros:
— Em Brasília eu leio o Correio Braziliense todos os dias e desde o assassinato do filho de Kadafi, e de alguns membros da sua família, a imprensa ocidental não escreveu nada sobre a Líbia, pelos menos o Correio não o fez. Os fatos só estão sendo noticiados pela BBC e pela Russian Today, mas o resto não tem interesse nisso. O que inicialmente começou como uma zona de exclusão aérea é agora um bombardeio diurno e noturno da Líbia. Houve inclusive uma tentativa de assassinato do irmão do Kadafi, para promover o controle do país e do Mediterrâneo, declarou Zubeidy.

O embaixador disse que o Governo líbio espera contar com um acordo para a resolução do impasse que seja costurado pela União Africana, numa iniciativa da qual deverão fazer parte também a União Européia, ONU e a Rússia:
— Não aceitamos imposições do Conselho de Segurança da ONU, mas se houver pressão eles terão que ceder. Querem o Kadafi fora do país, mas o líder não sairá porque não fez nada de errado e ninguém tem autoridade para ditar-lhe a saída. Somente os líbios podem decidir sobre qual é o sistema que deve vigorar na Líbia, declarou Zubeidy.

Onda colonialista

Ao final da palestra do embaixador Salem Omar Zubeidy se colocou à disposição da platéia para responder a perguntas.
O Conselheiro Daniel de Castro quis saber do diplomata se os Estados africanos, estão preparados para enfrentar uma nova onda imperialista que vem sendo conduzida no continente, desde os anos 90, sob a liderança dos Estados Unidos.

Zubeidy respondeu que o seu Governo acredita que o novo mundo da Globalização é na verdade “uma americanização do mundo”, onde os países menores não podem sobreviver. Foi por isso que Muamar Kadafi, em julho de 1999, convidou os líderes africanos para um encontro, no qual deveriam tratar sobre maneiras de organização e união mais efetivas entre os países da África:
— Em setembro de 1999 teve uma sessão extraordinária da União Africana na Líbia, para pensar em como mudar a organização da comunidade. Muamar Kadafi tinha a idéia de mudar a organização da União Africana para Estados Unidos da África, com a proposta de integrar todos os países africanos em um único Estado. Mas os líderes africanos pensarem em outro modelo. A maioria deles escolheu o modelo da Europa, então em 1999 a União Africana foi estabelecida. Mas desde então até agora, Kadafi começou a transformar a organização em um sistema mais integrado politicamente, disse o diplomata.

Rafael Rocha, repórter do Jornal Inverta, indagou do embaixador se a riqueza do petróleo estaria sendo usada na construção estado de bem-estar social do povo líbio. Salem Omar Zubeyd reconheceu que o petróleo gera lucros e que grande parte dos recursos vão para o Banco Central da Líbia que não faz parte da associação dos bancos centrais internacionais. Segundo ele, o dinheiro proveniente do petróleo é usado para o desenvolvimento do país.

Zubeidy disse que Líbia é um país rico, mas que atualmente, por causa dos conflitos gerados pelas rebeliões, está sob embargo e teve seus recursos financeiros no exterior congelados. Ele criticou a medida adotada pela Otan dizendo que isso faz parte de uma articulação dos líderes do movimento rebelde, que desejam se apropriar desse dinheiro sob a alegação de que “tudo é propriedade de Kadafi”:
— Eles (a oposição) querem que os EUA e Ocidente descongelem o dinheiro do povo líbio para entregar a eles. E abriram um banco central em Benghazi antes de terem um governo, e se estão falando de direitos humanos e democracia esse conselho transitório não é democrático, não foi escolhido pelo povo, não houve eleições, eles se auto-proclamaram, e estão controlando a parte leste, reclamou o embaixador.

Já o jornalista senegalês Lansana Dabo quis saber se com a saída de Kadafi do poder a proposta de criação de um governo federal africano vai se tornar uma realidade. Zubeidy respondeu que a manutenção de Kadafi é fundamental para essa tomada de decisão, até porque, na sua opinião, ele teria apoio da maioria das populações africanas:
— Muitas pessoas na África vêm para a Líbia defender Kadafi. Muitas tribos, reis, nações, que querem vir para ao país ajudá-lo. Hoje de manhã vi na televisão uma conferência de africanos na Líbia e eles estão todos pedindo armas para defender a Líbia, homens e mulheres, eles querem ser como os líbios, porque os líbios foram treinados para se defender. Porque agora os líbios têm armas nas mãos para se defender e a seu país. E toda noite mais de duas mil pessoas passam se colocam em frente à casa do líder.

Transparência

À pergunta do ABI Online se o Governo Líbio estaria disposto a liberar a visita de uma delegação de jornalistas estrangeiros ao país para registrar “a verdade dos fatos” que vêm ocorrendo na região, o embaixador respondeu:
— Se a ABI apresentar uma proposta, eu enviarei à Líbia e veremos o que acontece. Porque agora nós temos grupos informais de averiguação da Europa, da África, e também temos jornalistas que merecem hotéis cinco estrelas e outros que não merecem. Porque eles só ficam no hotel e escrevem matérias do hotel, eles somente fazem buscas na Internet e escrevem as matérias. Só a Telesur e Rússia Today são veículos corretos e objetivos, disse o embaixador.


No final do encontro o Conselheiro Mário Augusto Jakobskind, em nome da Comissão da defesa da Liberdade de imprensa e dos direitos humanos agradeceu ao embaixador a sua visita à ABI:
— Eu quero que fique claro aqui o objetivo da ABI, que foi ouvir o outro lado. Porque o que nós ouvimos durante três horas dificilmente aparece na mídia de um modo geral. Então eu creio que nós cumprimos esse objetivo. Nós, como a Casa dos Jornalistas, chamamos todos os órgãos de imprensa do Rio de Janeiro, independente de posições políticas e de enfoque em relação aos acontecimentos da Líbia. Nenhum jornal nenhuma emissora de televisão compareceu. Na verdade o que há é que o outro lado não aparece, o outro lado é ignorado, e eles se baseiam apenas no que diz os jornalistas que estão lá no hotel escrevendo e copiam da Internet, afirmou Mario Augusto.

sábado, 28 de maio de 2011

Esposa de Kadafi condena Otan por morte de filho


Sofia Kadafi, esposa do líder Muamar Kadafi, condenou nesta sexta-feira os bombardeios aéreos que mataram seu filho, Saif al-Arab, e três de seus netos e acusou as forças da Otan de crimes de guerra. "Eu não estava aqui, mas preferiria ter morrido junto deles", disse Sofía à rede de TV americana CNN por telefone.
"Meu filho nunca faltou à oração da noite. Éramos alvos dos mísseis todas as noites e os bombardeios começavam sempre no momento da oração", afirmou a esposa de Kadafi, cujas aparições e pronunciamentos têm sido cada vez mais raras diante do aumento dos bombardeios ocidentais.
Segundo Sofia, a coalizão da Otan busca desculpas para matar Kadafi e afirma que a Aliança Atlântica violou o mandato da ONU que não autoriza intervenções militares e bombardeios, salvo para proteção de civis. "Meus filhos são civis e foram alvos. O que eles têm a ver com essa história toda?", disse. "Isso é um crime de guerra", completou.
Segundo o govermo líbio, Salif al-Arab, de 29 anos, e três netos de Kadafi, Saif (2 anos), Cartaghe (2 anos) e Mastura (4 meses), assim como amigos e vizinhos morreram em um bombardeio da Otan sobre Trípoli no dia 30 de abril.


Novos bombardeios


A aviação da Otan bombardeou Trípoli na madrugada deste sábado, atingindo bairros residenciais nas proximidades da casa do líder Muamar Kadafi. Duas fortes explosões abalaram à 1h do horário local (20h de Brasília) a zona de Bab Al Aziziya, onde está a residência de Kadafi e alvo dos bombardeios da Otan nos últimos quatro dias. Pouco antes, a agência oficial líbia Jana informou que "instalações civis" foram bombardeadas na região de Al Qariet, no sul de Trípoli.
As tropas da Otan praticam uma ação verdadeiramente terrorista, ao bombardear diariamente diversas cidades líbias. A população civil está sendo massacrada para gerar lucros na indústria bélica norte-americana, inglesa e francesa. As indústria de petróleo ocidentais estão investindo pesado nesta guerra para manter a política de colonização na África que o mundo pensava superada.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Otan promove ataques terroristas na Líbia



A grande maioria dos jornalistas brasileiros e estrangeiros escreve sobre a Líbia aquilo que leram nos informes das agências internacionais de notícias, na maioria financiadas pelo governo norte-americano para publicar mentiras, lixo televisivo e escrito. E a maioria das pessoas pensa sobre a Líbia aquilo que receberam dos jornais e televisão: mentiras, lixo.
No meu caso, ninguém me contou, eu vi um país progressista, governado por pessoas interessadas em levar educação, habitação, segurança e conforto para as pessoas. Um país onde se pratica a democracia direta, onde o povo se reúne nos bairros e forma Conselhos e Comitês Populares para decidir sobre seu governo, exercendo o poder sem intermediários, por isso construiram o melhor IDH da África, maior até que alguns países europeus.
A cidade de Trípoli é uma das mais belas do mundo. Tem praias belíssimas, arquitetura moderna e antiga. Ninguém me contou; eu vi.

A Líbia que eu conheci
Em 1986 eu era um jovem estudante que participava de um programa de intercâmbio cultural na Líbia. Estava hospedado no Hotel Bab El Bahar, na frente do mar Mediterrâneo. Um belo dia, ouvimos explosões de bombas lançadas por aviões norte-americanos sobre a capital líbia, e fui forçado a deixar o país ao lado de outros brasileiros, dentro de um avião que sobrevoava as dunas do deserto para fugir dos radares dos aviões norte-americanos que atiravam em tudo e em todos.
Naquele ano o ataque fracassou, e para tentar novamente neste ano, o presidente Barack Obama recorreu aos seus aliados - governos da Inglaterra e França - para tentar uma nova aventura militar terrorista.
Ao regressar ao Brasil escrevi um livro sobre o ataque norte-americano à Líbia, e participei do Movimento dos Apoiadores do Livro Verde, o que me levou a fazer outras viagens ao país para participar de eventos e congressos internacionais.
A Líbia que conheci pessoalmente é um país fabuloso, onde as pessoas são solidárias e hospitaleiras. Um país sem pobreza, sem miséria, onde cada cidadão tem sua casa, sua renda, desfruta de saúde e educação gratuitas. Na Líbia a casa é de quem mora nela; é proibido alugar imóveis residenciais. Os trabalhadores são sócios na produção, são associados e não assalariados. A terra é de quem trabalha a terra, e não de especuladores. As riquezas advindas do petróleo são socializadas. Portanto, o país representa um péssimo exemplo na visão do governo norte-americano.
Nos últimos anos a construção civil na Líbia experimentou um verdadeiro “boom”. Todos os bairros de Trípoli foram transformados em canteiros de obras. Trabalhadores de diversos países - Brasil, China, Índia, Rússia entre outros - construiam edifícios que pareciam competir com os famosos edifícios de Dubai nos Emirados Árabes Unidos, com a diferença de que na Líbia esses edifícios não estavam a serviço de milionários estrangeiros, como acontece em Dubai, mas a serviço do próprio povo líbio.
Pelas ruas de Trípoli era possível adquirir produtos do mundo inteiro, produtos de qualidade, de griffes famosas, por preços justos, sem impostos ou taxas exorbitantes.
Na Líbia custa mais caro um litro de água do que um litro de gasolina. O valor do litro de gasolina é de 10 centavos de dólar, quase nada.
Pelas ruas da cidade são vistos carros luxuosos, de marcas famosas, que custam a metade do preço praticado na Europa ou EUA.
O que está acontecendo hoje na Líbia é um assassinato em massa promovido e patrocinado pelo governo dos Estados Unidos da América, utilizando a Otan e os governos da França e Inglaterra. Estão bombardeando prédios e casas da população civil diariamente. É um massacre covarde e impiedoso em um mundo onde a lei do mais forte - o capitalismo selvagem - domina tudo e todos com a força de sua moeda, mas principalmente pela força militar sanguinária.

Ano de 1996 - O 1º ataque
Não é de hoje que o governo norte-americano tenta dominar o povo da Líbia. Em 1986 eu estava lá quando iniciaram os ataques terroristas da Força Aérea dos Estados Unidos da América que mataram centenas de pessoas inocentes, incluindo a filha caçula do líder Muamar Kadafi, Hana, de apenas 2 anos de idade.
Na época a desculpa dos americanos era combater o governo líbio que estaria apoiando grupos terroristas. Kadafi apoiava o líder Nelson Mandela, com ajuda econômica e militar para combater o regime de aparthei na África do Sul. Somente EUA e Israel apoiavam os racistas sul-africanos, mas a Líbia foi bombardeada porque lutou contra o racismo.
Se Kadafi agisse como os reis e príncipes árabes, que acumulam riquezas e condenam seus povos à ignorância e pobreza, com certeza não seria incomodado pelo governo dos Estados Unidos da América, porque sem apoio popular, os monarcas árabes são obrigados a se submeter aos interesses criminosos do governo norte-americano, que passa a saquear as riquezas do país em troca de apoio militar aos governantes corruptos.

Ano de 2011 - O 2º ataque
O segundo ataque à Líbia foi realizado no início de 2011 e contou com a maior força militar do planeta: forças de cinco países - Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Reino Unido - começaram a atacar de forma covarde e terrorista para apoiar grupos de rebeldes financiados pela CIA e organizados pela Al Qaeda no leste do país - justamente a região produtora de petróleo e gás natural.
Para dar alguma “legitimidade” aos ataques à Líbia - patrocinados pelos governos dos EUA, França e Inglaterra - rasgaram mais uma vez a Carta das Nações Unidas, como fizeram em relação a Sérvia, Iraque, Geórgia e Afeganistão.
Entre os motivos desta guerra de dominação para roubar petróleo, guerra colonialista, está o fato de Kadafi anunciar meses atrás o lançamento de uma moeda regional com lastros em ouro, para fazer frente ao dólar nas transações econômicas internacionais, exatamente como tentou fazer o Iraque no tempo de Sadam Hussein, e a Síria e o Irã - países que estão na mira dos imperialistas.
A economia norte-americana não sobrevive sem guerras. O país é o maior fabricante de armas, e a maioria dos políticos recebe financiamentos das indústrias bélica e petrolífera. A imprensa é mercenária: vende mentiras como se fossem verdades. A riqueza dos imperialistas e colonialistas é construida com o sangue dos inocentes, desde os séculos passados.
José Gil

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Líbia de Kadafi não é a Líbia de Obama


O maior farsante da humanidade, o mentiroso mor, aquele que enganou a população norte-americana para se eleger presidente dos EUA, agraciado de forma estúpida e inconsequente com o Prêmio Nobel da Paz, Barack Obama, foi o primeiro presidente negro a ordenar o bombardeio da África.
Em seus discursos na Casa Branca para a domesticada e corrupta mídia ocidental, Obama fala de uma Líbia que ele desconhece, porque só tem informações falsificadas por sionistas que dominam e controlam os meios de comunicação e os bancos norte-americanos. Rezando na cartilha dos criminosos sangue-sugas do sistema financeiro internacional, Obama não passa de uma marionete estúpida, dominada por forças que desconhece, ordenando ações criminosas que terminarão por colocar o planeta em situação calamitosa.
A primeira vez que viajei à Líbia foi no distante ano de 1985. Na época um estudante idealista e militante, vi um país orgulhoso de sua liberdade. Lembro-me que assisti a inauguração de conjuntos residenciais planejados pelo líder Muamar Kadafi para atender as populações pobres que vagavam pelos desertos da Líbia, ou que viviam em barracas de lonas nas periferias de Trípoli.
Nos anos que se seguiram, voltei diversas vezes à Líbia e vi um país pujante, crescendo e progredindo anualmente, apesar dos boicotes, das campanhas internacionais contra o país orquestradas pelo imperialismo norte-americano e pelo sionismo israelense.
Nesse tempo todo, décadas e décadas de resistência heróica, o povo líbio construiu uma nação forte e soberana, respeitada internacionalmente, solidária com os povos que lutavam por libertação. Esta é a Líbia de Kadafi que eu conheci pessoalmente. Eu caminhei pelas ruas de Trípoli, de Benghazi, de Sirta, conversei com pessoas, bebi a verdade dos fatos na fonte, e não nas mentiras diárias da imprensa ocidental.
Esta foto acima, por exemplo, tirei em Trípoli no mês de dezembro passado, quando estive na Líbia. Nesta oportunidade eu vi um país em franco crescimento, construindo edifícios modernos, lindos, capazes de rivalizar com os edifícios mais modernos dos Emirados Árabes.
Um país soberano, socialista, rico e progressista, liderado por um homem que nunca se rendeu ao imperialismo ou ao sionismo, mas ao contrário, sempre os combateu, era algo inaceitável para os governos criminosos que se alinham com o imperialismo e o sionismo para roubar e expropriar as riquezas dos povos: França e Inglaterra.
A Líbia de Obama é a ilusão e a mentira de um governante que não enxerga um palmo à frente. Barack Obama não é um Malcon X ou um Martin Luther King. Ele jamais teve qualquer conhecimento profundo da realidade dos povos. Sempre foi uma marionete dos partidos políticos norte-americanos, financiados pelas indústrias bélica e petrolífera - os maiores interessados em promover guerras pelo mundo.
A Líbia de Kadafi é a construção de um país soberano, livre, independente. É o beduíno que após vencer os desafios e agruras dos desertos, invade as cidades com suas idéias de libertação, desafia os mais poderosos e arma sua tenda no centro do mundo para dizer alto e em bom som:"a democracia parlamentar é a falsificação da verdadeira democracia", "abaixo as assembléias parlamentares, viva a Era das Massas, a democracia direta, a Terceira Teoria".
A Líbia de Kadafi é o povo feliz, dono de sua liberdade, dono de sua casa, de sua terra, sócio na empresa onde trabalha. É algo que está muito além da compreensão de Obama, que não tem cultura, inteligência ou capacidade para compreender os avanços filosóficos praticados e ensinados por Kadafi. Mas Obama é presidente do país mais poderoso do mundo, apesar de sua ignorância política.
A diferença entre Obama e Kadafi é que as idéias de Kadafi nunca morrerão: fervilham pelo mundo na maioria dos países e construirão as histórias dos povos que avançam em suas lutas por libertação. Obama será um nome esquecido no lixo da história, porque se colocou a serviço do egoísmo, do capitalismo, para assassinar civis indefesos em diversos países para que indústrias criminosas roubassem petróleo e vidas para favorecer os capitalistas e sionistas.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ataques aéreos da Otan na Líbia matam mais seis civis




Ontem foi mais um dia de ações terroristas patrocinadas pela Otan na Líbia. Aviões dos Estados Unidos da América, França e Inglaterra fizeram vôos razantes em bairros residenciais para amedrontar a população civil. No bairro Bab al-Azaziyah, em pleno centro residencial de Trípoli, os aviões despejaram bombas matando seis civis indefesos e ferindo dezenas de pessoas. Para justificar mais este assassinato coletivo, o porta-voz da Otan declarou que “o objetivo era atacar um complexo militar onde vive o líder Muamar Kadafi”, reforçando, descaradamente, a decisão criminosa da coalizão imperialista de assassinar o líder.
"Havia três mortos aqui e três em outro local", além de dezenas de feridos, disse um funcionário perto de uma cratera no solo, em uma rua do complexo de Bab al-Azaziyah. Esse funcionário acompanhou a imprensa estrangeira em uma visita ao local. Segundo as fontes oficiais, todos os mortos são civis. Não há informações sobre os nomes das vítimas porque a mídia dominada pelo imperialismo censura esse tipo de informações.
Hoje, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, convidou o conselho de rebeldes líbios a abrir um escritório em Londres. O pedido foi feito após conversas com o líder desse grupo de mercenários, Mustafa Abdul Jalil. As informações são da Dow Jones. O governo britânico tenta dividir a Líbia em três países distintos para dominar as riquezas naturais do país, gás e petróleo. Através da criação de um governo fantoche na região produtora de petróleo e gás natural, os imperialistas teriam carta branca para roubar as riquezas do povo líbio, exatamente como fazem hoje no Afeganistão e Iraque.
Apesar do cerco da mídia domesticada e controlada pelo imperialismo, e da Líbia estar sob ataque da maior força militar do planeta, o povo líbio resiste heróicamente sob a liderança de Muamar Kadafi. Os agressores imperialistas planejaram e executaram um ataque surpresa com toda a força, desrespeitando todas as leis internacionais que tratam da soberania dos povos e nações, mas não contavam com a resistência do povo líbio e com a decisão de Kadafi de lutar para defender a soberania do país frente à ação terrorista de países ocidentais imperialistas que realizam uma nova Cruzada no mundo árabe, desta vez para roubar petróleo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Líbia: não é sobre o petróleo, é sobre moeda e empréstimos



É significativo que, nos meses que precederam a resolução da ONU que permitiu que os EUA e seus aliados enviassem tropas para a Líbia, Muammar Kaddafi estivesse abertamente defendendo a criação de uma nova moeda para rivalizar com o dólar e o euro. Na verdade, ele convidou as nações muçulmanas e africanas para se juntar a uma aliança que faria desta nova moeda, o dinar de ouro, a sua principal forma de dinheiro e câmbio. O FMI estima que o Banco Central da Líbia tenha cerca de 144 toneladas de ouro em seus cofres. O artigo é de John Perkins.


O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse na semana passada que espera que a instituição tenha um papel na reconstrução da Líbia quando o país emergir do atual conflito. Em um painel de discussão, Zoellick lembrou o papel do banco na reconstrução de França, Japão e outras nações depois da Segunda Guerra Mundial.

“Reconstrução agora significa (Costa do Marfim), significa o sul do Sudão, Libéria, Sri Lanka e espero que signifique Líbia”, disse Zoellick. Sobre a Costa do Marfim Zoellick disse esperar que dentro de “algumas semanas” o banco possa apresentar “algumas centenas de milhares de dólares em apoio de emergência”.

Ouvimos um porta-voz dos EUA tentar explicar por que estamos, de repente, enfiados em um novo conflito no Oriente Médio. Muitos de nós estamos questionando as justificativas oficiais. Estamos conscientes de que as verdadeiras causas de nosso envolvimento raramente são discutidas na mídia pelo nosso governo.

Enquanto muitas racionalizações descrevem recursos, especialmente petróleo, com os motivos de estarmos no país, há um número crescente de vozes dissidentes. A maior parte gira em torno da relação financeira entre a Líbia e o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco das Compensações Internacionais e corporações multinacionais.

De acordo com o FMI, o Banco Central da Líbia é 100% de propriedade estatal. O FMI estima que o banco tenha cerca de 144 toneladas de ouro em seus cofres. É significativo que, nos meses que precederam a resolução da ONU que permitiu que os EUA e seus aliados enviassem tropas para a Líbia, Muammar Kaddafi estivesse abertamente defendendo a criação de uma nova moeda para rivalizar com o dólar e o euro. Na verdade, ele convidou as nações muçulmanas e africanas para se juntar a uma aliança que faria desta nova moeda, o dinar de ouro, a sua principal forma de dinheiro e câmbio. Eles iriam vender petróleo e outros recursos para os EUA e para o resto do mundo apenas por dinares de ouro.

Os EUA, os outros países do G-8, o Banco Mundial, o FMI, o BIS e as corporações multinacionais não olham com bons olhos para líderes que ameaçam o seu domínio sobre os mercados de moeda mundial, ou que parecem estar se afastando do sistema bancário internacional que favoreça a corporatocracia. Saddam Hussein havia defendido políticas semelhantes às expressas por Kaddafi pouco antes os EUA enviaram tropas para o Iraque.

Em minhas palestras, muitas vezes eu acho necessário lembrar ao público de um ponto que parece óbvio para mim, mas é mal compreendido por muitos: que o Banco Mundial não é realmente um banco mundial, é antes um banco dos EUA. E o seu irmão mais próximo, o FMI. Na verdade, se olharmos para as comissões executivas do Banco Mundial e do FMI e os votos que cada membro do conselho tem, vê-se que os Estados Unidos controlam cerca de 16 por cento dos votos no Banco Mundial, e cerca de 17% do FMI, além de deter poder de veto sobre todas as decisões importantes.

Mais ainda, o presidente dos Estados Unidos aponta o presidente do Banco Mundial.

Assim, podemos nos perguntar: O que acontece quando um país ameaça colocar de joelhos o sistema bancário que beneficia o corporatocracia? O que acontece com um "império", quando efetivamente já não pode ser abertamente imperialista?

Uma definição de "Império" (segundo meu livro The Secret History of the American Empire) afirma que império é uma nação que domina outros povos, impondo a sua própria moeda nas terras sob seu controle. O império mantém uma força militar permanente pronta a proteger a moeda e todo o sistema econômico que depende dele através da violência extrema, se necessário. Os antigos romanos faziam isso. Assim fizeram os espanhóis e os ingleses durante seus dias de construção de império. Agora, os EUA ou, mais precisamente, a corporatocracia, está fazendo e está determinada a punir qualquer pessoa que tentar detê-los. Kadafi é apenas o exemplo mais recente.

Entender a guerra contra o Kaddafi como uma guerra em defesa do império é mais um passo no sentido de nos ajudar a nos perguntarmos se queremos continuar neste caminho de construção de império. Ou se, ao invés disso, queremos honrar os princípios democráticos que nos foram ensinados serem parte dos alicerces do nosso país?

A história ensina que impérios não duram, eles entram em colapso ou são derrubados. Guerras seguem e outro império preenche o vazio. O passado envia uma mensagem convincente. Temos que mudar. Não podemos nos dar ao luxo de assistir a história se repetindo.

Não podemos permitir que este império entre em colapso para ser substituído por outro. Em vez disso, vamos todos nos comprometer com a criação de uma nova consciência. Deixe os movimentos populares no Oriente Médio - alimentados através de redes sociais e promovidos pelos jovens que herdarão o futuro - nos inspirar a demandar que o nosso país, nossas instituições financeiras e as empresas que dependem de nós para comprar seus produtos e serviços se comprometam a criar um mundo sustentável, justo, pacífico e próspero para todos.

Estamos em uma fronteira. É hora de cruzarmos essa fronteira, e sair do vazio escuro da brutal exploração e ganância para a luz da compaixão e cooperação.

John Perkins, o autor, é economista, escritor e ativista norte-americano. Autor de "Confissões de um assassino econômico". Seu mais recente livro é Enganados (Cultrix).

Tradução Wilson Sobrinho

domingo, 8 de maio de 2011

Hillary Clinton confirma o que todos sabiam: objetivo da Otan é assassinar Kadafi para roubar petróleo



A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em entrevista ontem ao jornal italiano La Stampa, tentou disfarçar aquilo que todos sabem, de que o objetivo da Otan na Líbia é assassinar o líder Muamar Kadafi para que os países imperialistas envolvidos nesta guerra criminosa (EUA, Inflaterra e França) dominem o petróleo do país e submetam o povo líbio aos mesmos sofrimentos que vive o povo iraquiano.
Ao mesmo tempo em que nega ser este objetivo, ela ressalta que isso poderá acontecer, e se ocorrer (é o cúmulo da hipocrisia), “será culpa do próprio Kadafi”: "Honestamente não é isto (matar Kadafi) o objetivo da missão. O objetivo é, pelo contrário, proteger os civis. Mas há alvos legítimos, como por exemplo o bunker de 'controle e comando', administrado por ele e seus familiares. É um conflito e, portanto, poderia ser vítima da violência que ele próprio gerou", afirma a secretária de Estado americana. Ora, o conflito foi gerado por uma decisão estúpida e criminosa da Organização das Nações Unidas, órgão responsável pela maioria das guerras nas últimas décadas, submisso e subserviente ao governo imperialista norte-americano. Foram os governos dos EUA, França e Inglaterra que tramaram esta guerra de dominação, confiando na covardia e no silêncio criminoso da maioria dos veículos de comunicação no ocidente.
Hillary considera que os rebeldes líbios precisam de uma "organização mais estruturada de 'controle e comando'", para o que, lembra, muitos países, entre eles França, Itália e Reino Unido, lhes estão dando assistência técnica. "Vimos jovens que nunca tinham participado de operações militares, que nunca tinham pegado uma arma, decididos a combater contra este regime de opressão. Decidiram lutar, têm vontade, coragem, mas não a disciplina necessária", afirma. Estas palavras correspondem a uma declaração de culpa, ou seja, os países imperialistas estão sim intervindo militarmente em outro país membro da ONU, desrespeitando sua soberania, atropelando todas as leis e convenções internacionais.

Consequências da guerra imperialista

No mesmo dia seguinte em que a secretária Hillary Clinton dava sua entrevista em Roma, cerca de 500 imigrantes que viajavam em um barco de refugiados proveniente da Líbia, que havia encalhado nesta madrugada nas proximidades do porto da ilha de Lampedusa, foram resgatados pela Guarda Costeira, segundo a Capitania dos Portos italiana.
Após a embarcação encalhar, segundo as mesmas fontes, muitos de seus ocupantes se jogaram ao mar para tentar chegar nadando ao litoral de Lampedusa A embarcação parecia se dirigir em um primeiro momento para Malta, mas uma lancha das autoridades do país a escoltaram rumo a Lampedusa.
No sábado, duas embarcações também provenientes da Líbia, com 842 imigrantes ilegais a bordo, chegaram durante a madrugada a Lampedusa, elevando para mais de 1.900 o número de imigrantes africanos que desembarcaram na ilha italiana desde a última quinta-feira.
O primeiro desembarque da noite ocorreu com a chegada de uma barca com 187 imigrantes a bordo, todos de origem subsaariana.
Em seguida, mais 655 imigrantes de origem subsaariana chegaram em outra embarcação, sendo 21 menores de idade entre eles.
Desde o início dos ataques da coalizão de países imperialistas à Líbia, milhares de líbios, egípcios e tunisianos morreram ao tentar cruzar o mar mediterrâneo rumo aos países europeus. Muitos conseguiram desembarcar de forma clandestina na costa de diversos países da Europa, mas a maioria foi capturada por navios estrangeiros ou morreram em alto mar quando suas embarcações, superlotadas, naufragaram. Essas milhares de mortes que não estão contabilizadas pelos agressores devem ser atribuídas também aos governos dos EUA,França e Inglaterra, além das Nações Unidas.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

1º de Maio em El Salvador manifesta apoio a Líbia





O Dia 1º de Maio, Dia Mundial dos Trabalhadores, foi comemorado em El Salvador com uma grande manifestação em Solidariedade a Jamahiriya Árabe Popular Socialista Líbia. A manifestação aconteceu na capital do país, Manágua, e contou com a participação de membros da Associação pela Democracia Direta e delegações de Comitês Revolucionários dos municípios de San Martín, San Juán Opico, Zacamil e São Salvador.
Os manifestantes portavam fotos do líder Muamar Kadafi e faixas condenando a intervenção imperialista na Líbia. Durante o trajeto da passeata, os organizadores foram entrevistados por três rádios e um canal de televisão, o Canal 12.
Nos próximos dias as atividades em apoio à Líbia prosseguem em El Salvador, com a realização de conferências, palestras e manifestações em faculdades e universidades do país, visando formar o “Grande Comitê Revolucionário de Solidariedade a Jamahirya Líbia”.

Manifesto da Frente Farabundo Marti

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Morte de Osama é mais uma farsa dos EUA


As cenas de norte-americanos histéricos comemorando o assassinato de Osama Bin Laden em diversas cidades dos Estados Unidos da América não passam de uma grande farsa. Trata-se de uma fotomontagem mal feita. A ação heróica e espetaculardos militares norte-americanos é um blefe, com dois motivos principais: 1 – alavancar a reeleição de Obama, que está em baixa junto à opinião pública porque não conseguiu cumprir as promessas de campanha; 2 – desviara atenção da opinião pública mundial para as guerras imperialistas que o país promove em diversas partes do mundo, assassinando milhares de civis indefesos.
Canais de televisão do Paquistão retiraram do ar nesta segunda-feira (2) imagens do suposto corpo de Osama Bin Laden, após a divulgação de que a foto era falsa.
Vários canais haviam mostrado uma imagem "não confirmada" do rosto ensanguentado de Bin Laden após os Estados Unidos terem anunciado que ele havia sido assassinado.
"Era uma imagem falsa, ela já havia circulado na internet em 2009", afirmou Rana Jawad, diretor do canal Geo TV de Islamabad.
"Fomos checar e descobrimos que ela era falsa, então retiramos imediatamente do ar", completou.
Os canais paquistaneses mais cedo haviam mostrado o rosto de Bin Laden ostentando uma barba negra e espessa, com uma quantidade menor de cabelo branco da que havia mostrado o mais recente vídeo do terrorista ainda em vida.
Também havia marcas de sangue na testa e têmporas de Bin Laden. O olho direito estava fechado, mas o branco do olho esquerdo era visível.
Caso Bin Laden esteja morto – o que não está provado – com certeza não foi desta vez, embora Obama queira faturar politicamente com o fato montado. Caso fosse real, certamente haveria centenas de fotos e filmagens, mas tudo foi feito em sigilo, segredo, para esconder uma farsa. E para completar, dizem que jogaram o corpo no mar - muito conveniente. O laudo de DNA apresentado pelo governo norte-americano vale tanto quanto um pedaço de papel higiênico usado, pode ser comprado em qualquer Instituto Médico Legal corrupto, quanto mais produzido pelo mentiroso governo dos states.
E agora, como é que ficam os apresentadores de televisão, os jornais e jornalistas do mundo inteiro que participaram da grande comédia encenada por Obama e seus militares terroristas? Bando de palhaços.

domingo, 1 de maio de 2011

Ataque terrorista da Otan mata filho e netos do líder Muamar Kadafi


O líder líbio Muammar Kadafi sobreviveu a um ataque aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental de países imperialistas, na noite de sábado. O ataque aéreo terrorista matou seu filho mais novo, Saif al-Arab (na foto), e três de seus netos, de acordo com um porta-voz do governo líbio.
"O líder com sua esposa estavam na casa com outros amigos e parentes, mas ele não ficou ferido", disse o porta-voz Mussa Ibrahim. Ele afirmou que Saif al-Arab era civil e que havia estudado na Alemanha. Ele tinha 29 anos de idade.
"Isto foi uma operação direta para assassinar o líder deste país", disse o porta-voz.
Autoridades líbias levaram jornalistas até a casa, que tinha sido atingida por pelo menos três mísseis. O telhado desabou completamente em algumas áreas, deixando cordas de aço penduradas entre os pedaços de concreto. Segundo jornalistas, o imóvel ficou extremamente danificado e uma bomba que não explodiu continua no local.
Uma máquina de futebol de mesa ficou do lado de fora da residência, no jardim. A casa está localizada em uma área residencial de Trípoli, capital da Líbia.
Outras 13 fortes explosões atingiram o porto líbio de Misurata neste sábado à medida que aviões da Otan procuravam alvos na cidade.
As explosões puderam ser ouvidas por dez minutos vindo dos subúrbios da cidade de meio milhão de pessoas em regiões onde as forças a favor de Kadafi estão no controle. Na hora das explosões, vários aviões da Otan estavam voando sobre a cidade dominada pelas tropas leais a Kadafi.
O covarde assassinato do filho caçula e três netos de Kadafi revelam que a Otan está bombardeando a população civil indefesa da Líbia. Os bairros residenciais estão sendo bombardeados diante do silêncio criminoso da imprensa mercenária mundial e das Nações Unidas convertidas em cúmplices de terrorismo de Estados.

A Otan confirma que bombardeou Tripoli

A Otan confirmou que bombardeou Tripoli, mas nega – de forma hipócrita, como sempre faz - que o alvo fosse Muamar Kadafi. O líder escapou ileso ao ataque que vitimou o filho mais novo e três dos seus netos. Este foi o segundo ataque em 24 horas ao mesmo complexo residencial. No entanto, o comandante das operações da Otan na Líbia sublinhou que todos os alvos da coligação são militares e que, também este sábado, atacou edifícios de controlo e comando do governo líbio.
A Otan segue bombardeando o país de forma indiscriminada: bombardeou edifícios na cidade de Tripoli, incluindo uma casa no sector de Baba l-Aziziya, onde Kadafi estaria reunido com familiares e amigos. O general canadense assumiu ter conhecimento das notícias que dão conta da morte do filho mais novo, Saif al-Arab, de 29 anos, e de três dos netos de Kadafi.
Saif al-Arab é o caçula, um dos filhos menos conhecidos de Kadhfi. Foi apresentado pelo porta-voz do governo como estudante na Alemanha e regressado recentemente à Líbia. Segundo a mesma fonte, os netos estariam no início da adolescência.
O general Charles Bouchard lamentou a perda de vidas, sobretudo dos civis inocentes, envolvidos no conflito. O canadense rejeita que a coligação vise “indivíduos”. A declaração do canadense cujo governo se prestou a fazer papel de fantoche criminoso do imperialismo norte-americano não vale nada,uma vez que diariamente a Otan assassina civis indefesos no Afeganistão e Paquistão, e depois lança notas pedindo desculpas aos familiares das vítimas, de forma hipócrita e vergonhosa .

Governo acusa forças de coligação de tentarem assassinar Kadafi

Moussa Ibrahi acusa a Otan de organizar “uma operação para assassinar o líder do país”. O porta-voz havia emitido, durante a noite, a informação da morte do filho mais novo do líder Kadafi na sequência de três explosões após um sobrevoo de aviões da coligação. Kadafi e a mulher também se encontravam nesta casa localizada num bairro residencial da capital líbia, na altura do bombardeamento, mas escaparam ilesos, garantiu Ibrahi.
“Pensamos que ficou claro para todo o mundo que o que está acontecendo na Líbia não tem nada a ver com a proteção de civis”, argumenta o porta-voz do governo, que conduziu jornalistas estrangeiros ao local bombardeado. Os relatos dos enviados indicam que a casa ficou muito danificada.
“É a lei da selva”, diz Moussa Ibrahi, acrescentando que “isto não é permitido por nenhuma lei internacional. Isto não é permitido por qualquer código moral ou princípio”. O representante garante que o regime líbio vai continuar “a lutar e a lutar”, uma vez que Kadafi “propôs ontem um acordo de paz à Otan mas este foi rejeitado” porque os países imperialistas ocidentais não querem a paz: querem roubar petróleo!