domingo, 8 de maio de 2011
Hillary Clinton confirma o que todos sabiam: objetivo da Otan é assassinar Kadafi para roubar petróleo
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em entrevista ontem ao jornal italiano La Stampa, tentou disfarçar aquilo que todos sabem, de que o objetivo da Otan na Líbia é assassinar o líder Muamar Kadafi para que os países imperialistas envolvidos nesta guerra criminosa (EUA, Inflaterra e França) dominem o petróleo do país e submetam o povo líbio aos mesmos sofrimentos que vive o povo iraquiano.
Ao mesmo tempo em que nega ser este objetivo, ela ressalta que isso poderá acontecer, e se ocorrer (é o cúmulo da hipocrisia), “será culpa do próprio Kadafi”: "Honestamente não é isto (matar Kadafi) o objetivo da missão. O objetivo é, pelo contrário, proteger os civis. Mas há alvos legítimos, como por exemplo o bunker de 'controle e comando', administrado por ele e seus familiares. É um conflito e, portanto, poderia ser vítima da violência que ele próprio gerou", afirma a secretária de Estado americana. Ora, o conflito foi gerado por uma decisão estúpida e criminosa da Organização das Nações Unidas, órgão responsável pela maioria das guerras nas últimas décadas, submisso e subserviente ao governo imperialista norte-americano. Foram os governos dos EUA, França e Inglaterra que tramaram esta guerra de dominação, confiando na covardia e no silêncio criminoso da maioria dos veículos de comunicação no ocidente.
Hillary considera que os rebeldes líbios precisam de uma "organização mais estruturada de 'controle e comando'", para o que, lembra, muitos países, entre eles França, Itália e Reino Unido, lhes estão dando assistência técnica. "Vimos jovens que nunca tinham participado de operações militares, que nunca tinham pegado uma arma, decididos a combater contra este regime de opressão. Decidiram lutar, têm vontade, coragem, mas não a disciplina necessária", afirma. Estas palavras correspondem a uma declaração de culpa, ou seja, os países imperialistas estão sim intervindo militarmente em outro país membro da ONU, desrespeitando sua soberania, atropelando todas as leis e convenções internacionais.
Consequências da guerra imperialista
No mesmo dia seguinte em que a secretária Hillary Clinton dava sua entrevista em Roma, cerca de 500 imigrantes que viajavam em um barco de refugiados proveniente da Líbia, que havia encalhado nesta madrugada nas proximidades do porto da ilha de Lampedusa, foram resgatados pela Guarda Costeira, segundo a Capitania dos Portos italiana.
Após a embarcação encalhar, segundo as mesmas fontes, muitos de seus ocupantes se jogaram ao mar para tentar chegar nadando ao litoral de Lampedusa A embarcação parecia se dirigir em um primeiro momento para Malta, mas uma lancha das autoridades do país a escoltaram rumo a Lampedusa.
No sábado, duas embarcações também provenientes da Líbia, com 842 imigrantes ilegais a bordo, chegaram durante a madrugada a Lampedusa, elevando para mais de 1.900 o número de imigrantes africanos que desembarcaram na ilha italiana desde a última quinta-feira.
O primeiro desembarque da noite ocorreu com a chegada de uma barca com 187 imigrantes a bordo, todos de origem subsaariana.
Em seguida, mais 655 imigrantes de origem subsaariana chegaram em outra embarcação, sendo 21 menores de idade entre eles.
Desde o início dos ataques da coalizão de países imperialistas à Líbia, milhares de líbios, egípcios e tunisianos morreram ao tentar cruzar o mar mediterrâneo rumo aos países europeus. Muitos conseguiram desembarcar de forma clandestina na costa de diversos países da Europa, mas a maioria foi capturada por navios estrangeiros ou morreram em alto mar quando suas embarcações, superlotadas, naufragaram. Essas milhares de mortes que não estão contabilizadas pelos agressores devem ser atribuídas também aos governos dos EUA,França e Inglaterra, além das Nações Unidas.
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