segunda-feira, 6 de junho de 2011

Associação cristã denuncia: ataques à Líbia são genocídio



Don Sixto Enrique de Borbón regressou a Paris após uma viagem de uma semana na Líbia, representando a Associação Santa Maria da África (carlista).
Em entrevista ao site da entidade católica, no último dia 4, Don Sixto Enrique de Borbón apresentou as seguintes denúncias:
“A situação na Líbia, apesar dos bombardeios, é de relativa normalidade política, fora de Benghazi. Com exceção dessa cidade, a população permanece massivamente fiel a Muamar Kadafi, incluindo a maioria dos chefes tribais, com os quais tive a oportunidade de conversar.
Os bombardeios da OTAN, que até sexta-feira haviam causado mais de 650 mortos entre os civis, está levando os líbios a maior adesão a Kadafi. Apesar das limitações impostas pela guerra, não há repressão do regime contra a população. A repressão está acontecendo em Bengazi, centro de operações da coalizão franco-britânica-estadonidense e seus aliados, onde os rebeldes são responsáveis por torturas e mortes contra aqueles que não os seguem.
O povo líbio grita cada vez mais contra a agressão, porém nos países ocidentais são mínimas as vozes contra este ataque injustificado, ilegal, ilegítimo, atroz. Nem os nazistas fizeram coisas assim. Visitei a casa onde morreu um filho de Kadafi com várias outras crianças. Quatro mísseis foram lançados contra a casa. Foi um assassinato, e a vontade evidente é de assassinar o próprio chefe de Estado.
O vergonhoso ataque contra o Iraque, que destruiu completamente aquela outrora próspera nação, teve como pretexto o Kuwait. Um pretexto fútil, falso, porém, afinal um pretexto. No ataque à Líbia nem sequer existe um pretexto para a agressão. Foi decidida por Nicolás Sarkozy. A República Francesa preparou a agressão, os meios de comunicação fizeram eco de uma inexpressiva repressão, e a Grã Bretanha, Estados Unidos, República Italiana e Espanha, se deixaram arrastar à mesma, e outros países menores se uniram à agressão.
Bernard-Henri Lévy parece ser o ideólogo de Sarkozy para esta campanha suicida. Suicida porque desestabiliza o Mediterrâneo e estimula a somalização da região, além de fortalecer aos radicais islâmicos líbios que até agora estavam sendo controlados e submetidos por Kadafi.
Para a Espanha é duplamente prejudicial: além de envolver-se em uma terrível injustiça, o governo de Madri está atuando contra os próprios interesses espanhóis, econômicos – petrolíferos em particular – e geoestratégicos. O que dizer da traição do governo italiano, violando tratados firmados meses antes da agressão?”
Respondendo à pergunta se a comitiva da Associação Santa Maria da África correu riscos com os bombardeios, Don Sixto Enrique de Borbón respondeu:
“Ocorreram bombardeios muito próximos onde se encontrava o nosso grupo, mas graças a Deus não nos alcançaram. A destruição causada é muito grande. Todavia não é irreversível. Será que o Conselho de Segurança da ONU fará alguma coisa? Caberia esperar que a Rússia tomasse a iniciativa neste sentido, porém pode ser que tenhamos de esperar que Vladimir Putin retorne à presidência, mas em um ano será demasiadamente tarde.
Esta manhã a OTAN começou a utilizar helicópteros de ataques na Líbia. Parece que existe uma decisão de devastar o país. Esta é a maior glória eleitoral de Sarkozy?”
Seguidores da Associação Santa Maria da África estão montando uma equipe de advogados para denunciar o presidente Sarkozy nos tribunais penais internacionais por crime contra a humanidade.
Nos Estados Unidos da América ocorreram algumas iniciativas na Câmara dos Representantes para deter os ataques à Líbia, mas, segundo a legislação norte-americana, trata-se de uma decisão ditatorial de Barack Hussein Obama, que viola a Constituição dos EUA.

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