sábado, 14 de abril de 2012
Fora Hillary Clinton e o imperialismo do Brasil!
A “Madame” do clube dos muy “amigos da Síria” vem ao nosso país para buscar apoio em sua empreitada macabra contra o Irã
Nesta próxima segunda-feira chegará em Brasília a Sra. Clinton, chefe da diplomacia ianque (Secretária de Estado) e a atual responsável pela ofensiva imperialista criminosa sobre os povos árabes, em particular contra a Síria. A Madame Hillary organizou recentemente um “clube” muito “seleto” de “amigos (sic!) da Síria” com objetivo de apoiar e promover ações terroristas contra o regime de Bashar al Assad, o qual o império considera como “uma ditadura sangrenta”. Poderíamos perguntar a esta carniceira da Casa Branca, desde quando o imperialismo norte-americano, maior fomentador de regimes fascistizantes e genocidas pelo mundo, combate “ditaduras”? Somente muito tolos ou “inocentes úteis” poderiam acreditar que agora o Consenso de Washington resolveu se preocupar com os “direitos humanos”, patrocinando a ação de terroristas para derrubar governos adversários aos interesses do capital financeiro global. Qualquer ativista honesto de esquerda deveria saber que quando o império resolve assumir alguma “causa” supostamente humanitária, é porque estão sendo ameaçados seus interesses econômicos e militares. Este é caso concreto da Síria, onde o governo burguês da oligarquia dos Assad recusou-se a “facilitar” a escalada de provocações da CIA contra o Irã. O governo Sírio, ao contrário de seu vizinho turco totalmente submisso a OTAN, representa hoje uma barreira de contenção militar aos planos expansionistas do gendarme de Israel, que “sonha” chegar até o Líbano e as fronteiras do Irã. Como resposta ao seu “não”, o governo Assad, do qual não nutrimos a menor simpatia política, “ganhou” do império uma guerra civil “pré-fabricada”, com “tecnologia” já testada recentemente na Líbia.
Segundo a mídia Hillary teria declarado: “Quando eu for ao Brasil na semana que vem, minhas conversas serão sobre os grandes desafios da atualidade, da Síria e o Irã ao crescimento e desenvolvimento” (site G1, 12/04). Na verdade, a estadia de Hillary de dois dias em nosso país (16/17), após a recente viagem de Dilma aos EUA, tem como objetivo amarrar o compromisso “informal” do Itamaraty com o apoio a investida guerreirista do imperialismo sobre o Irã. Ao contrário do que ocorreu na guerra de ocupação a Líbia, onde formou-se um verdadeiro consórcio de chacais imperiais para saquear a nação oprimida, a empreitada macabra contra o Irã terá somente as digitais de Obama e do nazi-sionista Netanyahu. Acontece que os bandidos parceiros da Casa Branca “amarelaram” diante de um enfrentamento que se anuncia muito severo, com implicações para a luta de classes mundial. A estratégia diplomática do departamento de estado norte-americano para o Irã é neutralizar os BRICS, a partir do aval às provocações contra a Síria, chanceladas como “ajuda humanitária”. A subserviência do governo Dilma às ordens de Obama, já foi acertada na última semana em Washington em troca da assinatura de alguns acordos comerciais para beneficiar setores da burguesia brasileira, agora faltava “aparar arestas” com o staff do Itamaraty ainda ressentido com o humilhante tratamento recebido pelos ianques durante a tentativa de Lula em estabelecer um “compromisso” de desarmamento com o regime dos Aiatolás.
Como representante mor do clube dos muy “amigos da Síria”, Hillary percorre a América Latina recolhendo o apoio vergonhoso dos governos da centro-esquerda burguesa, que não se cansam de utilizar sua verborragia “anti-imperialista” para enganar as massas, quando lhes é útil. Agora, quando se impõe estabelecer a mais ampla solidariedade com os países agredidos pela bestial ofensiva militar imperialista, os governos que se reclamam “populares” como os de Dilma, Cristina, Mojica e Lugo, se perfilam covardemente atrás da Casa Branca. Mais que nunca a tarefa de combater nas ruas, praças e trincheiras as investidas desesperadas de um imperialismo, em plena crise financeira, sobre os povos, recai novamente nos ombros da classe operária e seus aliados históricos.
Desde nossas modestas forças, a LBI convoca todo o ativismo classista e anti-imperialista para a realização de um ato nacional em Brasília nesta segunda-feira (16/04), para repudiar ativamente a presença da “Madame” carniceira Clinton em solo brasileiro. Nesta ocasião deve ser afirmado em “alto e bom som” para a representante do clube dos “amigos da Síria” que o imperialismo continua sendo o principal inimigo dos povos, e que seu atual “disfarce humanitário” (na Líbia e na Síria), que tanto vem atraindo a esquerda revisionista, não passa de sua outra face genocida, a mesma das guerras da Coreia e Vietnam, que receberam o enérgico rechaço do proletariado mundial. A denúncia política da presença da Sra. Clinton no Brasil exige da esquerda revolucionária uma atitude de delimitação principista, diante da esquerda “chapa branca”, assim como da chamada “oposição de esquerda”, ambos os campos de colaboração com imperialismo. Quem é de luta tem um compromisso marcado nesta segunda em Brasília, para gritarmos juntos: “Fora Hillary Clinton e o imperialismo do Brasil!”
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