segunda-feira, 21 de março de 2011
O Brasil condena a intervenção militar internacional na Líbia
O Itamaraty divulgará ainda nesta segunda-feira, 21, uma nota pedindo o fim dos ataques da coalizão internacional contra a Líbia.
Os ataques começaram no sábado, um dia após o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovar uma zona de exlusão – e não um ataque - no país africano.
Horas depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, deixar o Brasil rumo ao Chile, o governo brasileiro decidiu reforçar sua posição contrária à intervenção militar na forma que está sendo feita. Caças e outros aviões de guerra de exércitos estrangeiros estão atacando bairros residenciais, hospitais, escolas e universidades, viadutos e estradas líbias.
O texto da nota, debatido diretamente entre o chanceler Antonio Patriota e a presidente Dilma Rousseff, apontará que, como o Brasil previu na votação do Conselho de Segurança da ONU, os ataques estão tendo o efeito contrário e aumentando o número de mortes no País.
Na votação da sexta-feira, Brasil, Rússia, Índia, China e Alemanha se abstiveram de votar a favor da imposição da resolução que previa a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia. Os outros dez membros do Conselho de Segurança - EUA, França, Reino Unido, Líbano, Bósnia, Nigéria, Gabão, Portugal, África do Sul e Colômbia - aprovaram o texto. A soma da população dos países que aprovaram a criação da zona de exclusão é 20% da população dos países que condenaram o ataque norte-americano e francês.
O tom brasileiro deve seguir as reclamações feitas pela Liga Árabe, que, embora tenha apoiado a zona de exclusão inicialmente, alegou que houve excessos nas ações que causaram mais danos aos civis. Desde as negociações para a criação de uma zona de exclusão aérea o Brasil tem se alinhado às posições dos países árabes.
Os ataques da coalizão internacional - formada por EUA, França, Reino Unido, Itália, Canadá, Qatar, Noruega, Bélgica, Dinamarca e Espanha - começaram no sábado. O governo líbio declarou um cessar-fogo, mas a imprensa internacional está fazendo o jogo do Pentágono ao insistir na quebra do cessar-fogo por parte dos líbios, utilizando até mesmo cenas de combates da semana passada em Benghazi como se fossem atuais, para enganara opinião pública.
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