domingo, 18 de setembro de 2011

Rebeldes líbios são derrotados em Bani Walid


Os rebeldes da Líbia tentaram se reagrupar neste domingo, após terem sido expulsos na sexta-feira da cidade de Bani Walid, que permanece leal ao líder Muamar Kadafi. O recuo acalmou a situação em um dos campos de batalha, temporariamente, enquanto comandantes insurgentes que lideram uma segunda ofensiva tentam abrir um novo front apoiados por bombardeios de aviões ingleses. Entretanto, nem mesmo essa estratégia sanguinária está dando resultados.

Os rebeldes foram repelidos na sexta por francoatiradores e bombardeios de unidades leais a Kadafi que mantém posições estratégicas no vale onde fica a entrada da cidade. Enquanto isso, dezenas de famílias aproveitam a calmaria temporária para fugir de Bani Walid. Ismail Mohammed, um servidor público de 50 anos que deixou a cidade, disse que as forças de Kadafi no local são "muito fortes" e que a maioria da população não aceita a presença de rebeldes”.
A grande resistência em Bani Walid, Sabha, Harawa, Sirte e cidades e aldeias do deserto mostra que as forças de Kadafi têm poder de fogo e conta com o apoio damaioria da população. Demonstra que o novo regime imposto pela potências imperialistas ocidentais não conseguirão se livrar tão facilmente dos redutos pró-Kadafi. Dentro de Bani Walid, uma estação de rádio ligada a um dos maiores defensores de Kadafi divulga uma série de apelos para que a população resista e chama os revolucionários de traidores que não respeitam as leis islâmicas.
Neste sábado, os comandantes rebeldes reafirmaram que estão tentandonegociar a rendição da resistência na região de Harawa, cerca de 80 quilômetros a oeste de Sirta. Caso o acordo se concretize, os insurgentes terão um novo caminho para chegar até a cidade. Mas o porta-voz de Kadafi, Moussa Ibrahim, declarou que seus homens não correm o risco de perder o controle de Sirta. "Nós temos a capacidade de manter essa resistência por vários anos, enquanto organizamos a luta pela libertação do nosso país em diversas outras cidades", disse em um telefonema para a emissora de TV síria Al-Rai.

Ecos da derrota dos rebeldes
Na litorânea Sirte, terra natal de Kadafi, as forças do Conselho Nacional de Transição (CNT) endureceram o cerco contra bolsões de resistência espalhados pela cidade, mas foram duramente repelidas, apesar dos bombardeios constantes da Otan, assassinando milhares de civis indefesos.
Quase quatros semanas depois da tomada de Trípoli pelos rebeldes, o revés em Bani Walid é um duro golpe para a nova liderança, que decidiu esperar até que toda a Líbia esteja "liberada" antes de começar a executar o seu cronograma para a redação de uma Constituição “democrática” e a convocação de eleições fraudulentas, onde vai prevalecer os interesses das potências imperialistas que ocupam a Líbia.
"Recebemos ordens para recuar. Fomos atingidos por muitos foguetes. Vamos voltar depois," disse o combatente Assad al Hamuri em meio à frenética retirada de Bani Walid, marcada por gritos, raiva e frustração.
"Precisamos reorganizar as tropas e estocar munição," disse outro combatente, Saraj Abdelrazaq. "Estamos esperando ordens para voltar depois."
Na sexta-feira passada, um dia depois de eles receberem a visita dos chefes de governo da França e Grã-Bretanha, fica clara adeterminação dosgovernos que bombardearam a Líbia em apoiar o governo fantoche,m submissoà rendiçãodo país às potências ocidentais, que praticarão o saque e o roubo das riquezas naturais do país.

Fogo pesado
Em Bani Walid, uma correspondente da Reuters viu os combatentes anti-Kadafi deslocando-se sob disparos de morteiros, foguetes e fraco-atiradores, e avançando casa e casa quilômetros antes de chegar à cidade, parando para se proteger atrás de muros. A cidade toda, incluindo o mercado central e o castelo em estilo antigo erguido por Kadafi no alto de um morro estão fortemente defendidos.
Os 100 mil habitantes de Bani Walid prepararam uma resistência heróica, sob o comando de Kadafi. O mesmo acontece em Sirte, uma vasta cidade de tamanho semelhante, que décadas atrás era apenas uma modesta aldeia, mas que Kadafi pretendia transformar em capital da Unidade Africana.
Combatentes do CNT, que levaram várias caminhonetes equipadas com metralhadoras e alguns tanques para lá, disseram haver muitos agrupamentos de combatentes kadafistas fortemente armados.
Não é possível manter contato com os partidários de Kadafi dentro dessas duas cidades e em Sabha, nos confins do Saara, também controlada pelos partidários do governo kadafista.
Os detalhes sobre o desenrolar dos fatos em Sabha são escassos, mas um porta-voz militar britânico disse que jatos da Grã-Bretanha dispararam mais de 20 mísseis Brimstone para destruir edifícios, estradas e construções na cidade, para facilitar o trabalho dos rebeldes que não conseguem avançar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário