quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Rebeldes aterrorizam civis na Líbia



Os livros didáticos estão espalhados pelo chão do laboratório de informática e matemática. Apostilas de ciência, lições de casa, tudo está jogado ao chão e foi pisoteado . Um armário que guardava livros foi destruido. Nas telas de computadores ena porta de entrada tem furos de balas.

A escola secundarista Tareq Abu Zeyad está em ruínas. Moradores deste vilarejo, isolado, empoeirado em montanhas do oeste da Líbia, dizem que as forças rebeldes (CNT) realizaram o ataque da semana passada.

O assalto à escola, que faz parte de uma série de ataques registrados em toda a região, é um exemplo do que pode dar errado, como os líbios apoiados pela Otan estão agindo namaioria das cidades, vilas e aldeias da Líbia, especialmente naquelas onde a imprensa não registra seus crimes contra a população civil.

"Eu não sei por que eles iriam se vingar de uma sala de aula, numa escola, que deve ser para o bem público", disse Mohammed Saleh, vice-diretor da escola deensino médio, localizada a cerca de 110 milhas (180 km) a sudoeste de Tripoli. Ele se caminhou pela sala do laboratório de informática, sacudindo a cabeça.

Saleh é um membro da tribo al-Meshashya, que comprometeu a sua lealdade ao regime do governo da Jamahiriya Líbia (poder popular), e no início dos ataques da Otan protegeu soldados leais ao líder Muamar Kadafi quando eles se deslocavam pela região.

Os al-Meshashyas, que povoam esta e outras aldeias na área, dizem que os ataques são particularmente mal direcionados, sem controle ou direção. Durante os ataques das forças rebeldes dezenas de casas foram saqueadas. Moradores tiveram seus veículos, aparelhos eletroeletrônicos e até roupas furtadas pelos rebeldes.
Em outras partes da Líbia, outras tribos leais a Kadafi estão tendo os mesmos problemas, estão sendo atacadas e saqueadas. Muitos membros da tribo Twarga, em Misrata fugiram durante os bombardeios terroristasda Otan, e agora não conseguem voltar para suas casas, pois são impedidos pelos rebeldes.Dezenas dessas famílias estão morando em escolas bombardeadasem Trípoli.

O porta-voz do ministério de transição e defesa (CNT), coronel Ahmed Banim, rejeitou todas estas acusações e afirmou que não passam de uma tentativa de manchar a imagem dos lutadores da cidade de Zintan. "Há uma campanha para fazer os revolucionários Zintan e Misrata parecerem ruins, mas eles fizeram o máximo na luta para livrar a Líbia de Kadafi, e eu não gosto dessas acusações", disse Bani. As palavras do coronel Bani são desmentidas diariamente por depoimentos e relatos de moradores de ambas as cidades. Na verdade o coronel Bani quer proteger seus soldados, na maioria ladrões, traidores ou mercenários, porque sem o apoio desse tipo de gente e da Otan os rebeldes não passariam de pequenos grupos de malfeitores.

Bani disse que líderes tribais devem tomar iniciativas para resolver qualquer problema, e alertou que aqueles que estão reclamando estão “tentando criar animosidades entre os rebeldes”.

"Aqueles que estão tentando acender divisões tribais na Líbia serão tratados como inimigos do 17 de fevereiro (data do início dos ataques da Otan à Líbia)", disse a jornalistas nesta quarta-feira.

Ibrahim Abu Shala, um líder al-Meshashyas, disse que Kadafi visito anciãos das aldeias em março, para organizar a resistência aos rebeldes e às potências estrangeiras que estãoatacando a Líbia. Ele disse que Kadafi foi bem sucedido nas conversações e conseguiu de líderes tribais a promessa de lealdade na luta pela libertação do país, incluindo tribos que não se realcionavammuito bem nos últimos anos. Kadafi disse que “é hora de deixar as divergências de lado e concentrar forças e esforços para derrotar os traidores e anova cruzada dos ocidentais imperialistas”.

As famílias e tribos dispostas a lutar contra os rebeldes receberam das tropas de Kadafi muitas metralhadoras Kalashnikovs e pistolas, com variada munição.

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